Wellington Macedo de
Souza, 47 anos, foi assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e
do Adolescente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos entre
fevereiro e outubro de 2019.
Wellington Macedo de Souza é um dos responsáveis por arquitetar os atentados antidemocráticos em Brasília. — Foto: Reprodução/Fantástico. - Com informações do G1 CE.
Wellington Macedo de
Souza, 47 anos, completou três meses como foragido da Justiça por suspeita de
tentar implantar uma bomba em um caminhão em Brasília. Três pessoas estão
envolvidas no atentado, e duas se entregaram à polícia. Wellington permanece
solto.
O crime aconteceu em
dezembro do ano passado, quando três pessoas participaram da tentativa de
explodir um caminhão com combustível próximo ao Aeroporto Internacional de
Brasília. Wellington usava tornozeleira eletrônica, o que rastreou a
participação dele no caso.
Notícias alinhadas com o
bolsonarismo
Natural de Sobral, a 245
quilômetros de Fortaleza, Wellington Macedo foi assessor da Secretaria Nacional
dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, Família e
Direitos Humanos. Ele teve um cargo comissionado na Diretoria de Promoção e
Fortalecimento de Direitos da Criança e do Adolescente entre fevereiro a
outubro de 2019.
Wellington Macedo
começou a trabalhar no meio da comunicação cobrindo notícias da região norte do
Ceará. Em 2018, passou a publicar notícias alinhadas com o bolsonarismo.
No mesmo ano, o
blogueiro foi alvo de, pelo menos, 59 ações por danos morais movidas por
diretores de escolas do município Sobral, no interior do Ceará, por conta da
série de reportagens "Educação do Mal".
Na produção dividida em
quatro reportagens veiculadas em seu canal no Youtube, Wellington acusava o
município de Sobral de um suposto esquema de fraudes para melhorar o Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na cidade.
O blogueiro cearense
teve um cargo no governo Bolsonaro e pediu dinheiro pelas redes sociais para se
esconder da polícia quando já estava foragido.
Participação nos ataques
Câmeras de uma loja e do
próprio caminhão onde a bomba foi plantada, divulgadas pelo Fantástico dia 15
de janeiro, mostram o momento em que o carro de Wellington se aproxima
lentamente do veículo, para que o cúmplice Alan Diego dos Santos Rodrigues
coloque a bomba (veja no vídeo acima). Os dois homens e George Washington
Oliveira de Sousa tiveram as denúncias aceitas pela Justiça.
Com forte presença nas
redes sociais, Wellington teve a prisão decretada por Alexandre de Moraes por
incentivar atos antidemocráticos no dia 7 de setembro de 2021. Desde então,
cumpria prisão domiciliar e usava tornozeleira eletrônica. Mesmo assim,
frequentava o acampamento bolsonarista.
O blogueiro também
coleciona processos por vídeos atacando políticos locais e professores da rede
de ensino de Sobral. O ex-advogado de Wellington Macedo, Diego Petterson, o
defendeu em mais de 60 casos, mas afirmou que não possui mais contato com o
cearense. "Atualmente eu não tenho contato direto com ele desde que foi
residir no Distrito Federal."
De acordo com o delegado
da Polícia Civil do Distrito Federal, Leonardo de Castro Cardoso, o cearense
teve participação direta nos ataques contra o prédio da Polícia Federal em
Brasília no dia 12 de dezembro do ano passado. Na ocasião, bolsonaristas
radicais tentaram invadir prédio da PF e incendiaram veículos.
Participação direta nos
ataques
"Nós conseguimos
comprovar que no dia 12 de dezembro o cearense e o outro praticaram também atos
de depredação. A prisão dos dois também foi decretada. Eles têm dois mandados
de prisão em aberto em cada um deles".
"Ficou comprovado
que ele participou disso. Ter colocado a bomba perto do caminhão",
explicou Leonardo de Castro Cardoso.
Segundo a investigação,
Alan recebeu a bomba de George no QG do Exército e, então, teve a ajuda de
Wellington, que dirigiu até o local do atentado. Foi o monitoramento da
tornozeleira eletrônica dele que permitiu à polícia refazer os passos dos dois
naquela noite, e o Fantástico obteve, com exclusividade, as imagens da ação dos
criminosos.