Os Três Guardiões: 2020-02-16

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Esqueleto de baleia do Ceará será peça do Museu Nacional do RJ

Animal encalhou em uma praia do município de Aquiraz, em 2018, e foi enterrado no mesmo local; uma escavação será realizada para localizar a ossada, que vai substituir a de uma jubarte perdida no incêndio

Diário do Nordeste
A escavação para resgatar a ossada da baleia cachalote, em Aquiraz, será iniciada no próximo dia 27 Foto: PMM / Acervo Aquasis

Uma das maiores tragédias recentes do Brasil transformou em pó grande parte da nossa História: o incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, instituição que queimou durante seis horas na madrugada do dia 2 de setembro de 2018. Também naquele ano, sem mês exato, uma baleia cachalote era enterrada na Praia de Barro Preto, no município de Aquiraz, no Ceará. Neste mês, os dois episódios se encontram: o esqueleto do animal encontrado no litoral cearense será uma das peças do museu carioca, quando reaberto.

A cachalote vai "substituir", simbolicamente, o esqueleto de uma jubarte antes exposto no Museu Nacional. A ossada do cetáceo era a mais antiga do Brasil, havia sido montada há cerca de 100 anos, e foi um dos milhões de itens perdidos após as chamas atingirem a construção. De acordo com o biólogo cearense Antônio Amâncio, ex-coordenador da Organização Não Governamental (ONG) Aquasis, que integrou a equipe responsável por enterrar a baleia no litoral do Ceará, o animal tinha cerca de 9 metros.

"É feito todo esse procedimento padrão para os animais que encalham, enterrar é importante, porque há o risco de zoonoses se deixarmos a carcaça na praia. Coletamos informações como as coordenadas geográficas, para fazer o histórico do encalhe do animal, e enterramos. Agora, nós recebemos esse pedido do Museu Nacional e a Aquasis cedeu o material para eles", informa Amâncio, que integrará também a equipe responsável por localizar o esqueleto.

A escavação para resgatar a ossada da baleia cachalote será iniciada no próximo dia 27, com participação de um grupo de pesquisadores do Museu Nacional do Rio de Janeiro. O grupo contará ainda com o suporte da Aquasis. A previsão de envio do animal para terras cariocas é outubro deste ano.

Outra integrante da equipe é Renata Stopiglia, bióloga, pesquisadora da Universidade Estadual do Ceará (Uece), e responsável pelo projeto de implantação do Museu Regional de História Natural do Estado, do campus da Uece em Pacoti, em parceria com o Museu Nacional. "Nessa missão, acabo me envolvendo em outros afazeres. O desenterro da baleia aqui faz parte da composição de um acervo novo que está sendo coletado para o Museu Nacional pós-incêndio", pontua.

Símbolo

Conforme Renata, a equipe da Aquasis, incluindo Amâncio, será responsável pela limpeza do esqueleto "cearense" para envio ao Rio, uma contribuição simbólica para repor a História perdida com as chamas. "Todo o acervo da área zoológica foi perdido. A baleia (jubarte) fazia parte desse acervo perdido. E para a reabertura do Museu Nacional, planejada para 2022, se deseja muito que uma baleia retorne para a exposição. Além da importância científica, de as pessoas conhecerem a biodiversidade que nos rodeia, existe um simbolismo de estar trazendo de volta não só o Museu Nacional que existia, mas também esse processo de renovação. A baleia é um símbolo muito importante", frisa.

O antigo esqueleto esteve exposto por mais de 50 anos. De acordo com o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, a nova "peça" do acervo ficará suspensa no teto da construção refeita, e será a primeira baleia cachalote a integrar a exposição. "O Museu está custeando essa expedição com a ajuda da Associação Amigos do Museu Nacional. Fica em torno de R$ 50 mil, incluindo o trabalho de desenterrar, descarnar e branquear os ossos. Só depois vem a fase de montar", detalha.

Segundo Kellner, a ossada deve chegar ao Rio de Janeiro daqui a cerca de oito meses. A expectativa é de que o Museu seja parcialmente aberto em 2022, com parte do acervo exposto. A reabertura completa deve acontecer em 2025.

Alcoolismo gera 22% das internações de dependentes em Hospital Mental

A dependência do álcool é uma doença crônica que ainda enfrenta gargalos culturais e sociais para ser tratada. No Ceará, em 2019, o Hospital de Saúde mental internou 180 pacientes em decorrência do uso abusivo da substância

Diário do Nordeste 
Segundo especialistas, os 15 primeiros dias de abstinência são decisivos para o tratamento Foto: KID JUNIOR 

Um problema grave e ainda difícil de ser enfrentado. Desde 1967, o alcoolismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma doença crônica, com aspectos comportamentais. Mas, o fato de o álcool ser uma droga lícita, atrelado a fatores culturais e sociais, muitas vezes, faz com que o tratamento ao uso abusivo da substância sofra interferência. No Ceará, no Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto, em Messejana, - única emergência psiquiátrica pública do Estado - , 180 dos 817 pacientes foram internados em decorrência do alcoolismo em 2019. Isto equivale a 22% das internações de dependentes químicos na unidade e a um aumento de 73% em relação a este tipo de internação, no ano anterior, quando 104 pacientes deram entrada.

O total de 2018 representa 14% dos dependentes químicos atendidos na unidade naquele ano. Para quem convive com a dependência, manter-se afastado do álcool é uma condição permanentemente desafiadora.

O comerciante Roberto (optamos por usar nome fictício para preservar a identidade da fonte), morador do bairro Parangaba passou, pelo menos, 19 anos, dos seus 65 anos, sob efeito direto do álcool. Roberto é dependente químico e conta que o consumo teve início ainda aos 12 anos. "Eu tomava umas doses. Depois, dos 12 aos 17 anos, eu costumava dizer que bebia socialmente. Bebia muita caipirinha".

Processos

O uso abusivo da substância avançou e aos 17, conta ele, começou a despertar a compulsão. "Queria beber mais e mais", afirma. No intervalo até os 28 anos, Roberto abandonou empregos pois não conseguia se manter sóbrio. "Fechei um escritório que eu tinha e fui embora para São Paulo trabalhar no comércio".

Na nova cidade, Roberto bebia diariamente. A dependência chegou a um grau tão severo que ele se desfez de uma casa para pagar os prejuízos do consumo do álcool. Aos 29 anos, foi morar sob um viaduto. Nessa etapa, a irmã o resgatou e o trouxe para Fortaleza. Conforme Roberto, nesse tempo, os danos eram tantos que o seu casamento teve fim, e a ex-esposa mudou de país com seu filho. Foram morar nos Estados Unidos. Um vínculo quebrado quando o filho ainda era criança. Impactos do alcoolismo que só foram dimensionados anos após as sucessivas perdas. Quando retornou a Fortaleza, Roberto foi acolhido em um grupo de Alcoólicos Anônimos (AA).

"Na época que eu fui resgatado, eu achava que ia morrer em seis meses. Não me alimentava direito, estava com o corpo todo inchado. Quando parei de beber, eu entrei em estado muito crítico. Comecei a ter delírios, ouvir vozes. Passei a me tremer. Não conseguia segurar um copo na mão. Eu estava em um estado de loucura", relata.

Vieram os primeiros 15 dias de abstinência. Depois, a ausência de contato com o álcool se prolongou. Dura até hoje. Roberto retomou o equilíbrio. Não de modo fácil. Mas amparado em ajudas. O contato com o filho e a ex-esposa foi recuperado. Voltou a ter uma atividade laboral. Aos 65 anos, Roberto auxilia outros dependentes nos 214 grupos de Alcoólicos Anônimos espalhados da Capital.

Tratamento

Na época em que buscou auxílio, conta Roberto nem sequer existiam os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), unidades de atendimento da rede de saúde mental. "Eu não tinha consciência. Eu achava que era natural beber daquela forma. Nesse tempo não tinha Caps. Se você fosse buscar ajuda, era mandado para um hospital tido como 'hospital de louco'. Hoje, vejo que é fundamental buscar ajuda médica. Há importância no depoimento, na troca que fazemos no AA, mas temos que cuidar da saúde e espírito", opina.

Na unidade de desintoxicação do Hospital Mental, o psiquiatra Carlos Celso informa que o tratamento de pacientes com dependência química de álcool é individualizado. Ele ressalta que esse atendimento envolve médicos clínicos porque o uso abusivo de álcool causa uma série de males ao organismo. "A pessoa que usa álcool de forma abusiva e contínua por muito tempo vai ter uma série de danos como doenças hepáticas, desnutrição, depressão de vitaminas específicas. E pode ter diversas outras complicações clínicas que devem ser abordadas com cuidado".

Além disso, Carlos alerta que "uma pessoa que usa grande quantidade de álcool, geralmente, por muito tempo, e para de usar de uma vez, quando não abordada corretamente, pode evoluir para um quadro grave. Tem que dar o suporte médico. Você estabiliza o paciente. Os 15 primeiros dias de parada são decisivos".

Nessa etapa do tratamento, relata o profissional, o objetivo é a abstinência e isto requer a participação multiprofissional, pois ainda que exista a intervenção farmacológica - como a aplicação de medicamentos que reduzem a vontade do uso - o momento é de intervenção comportamental. "Vão ser abordadas as motivações para uso do álcool, qual é o padrão, quais são os gatilhos, quais as situações que ele perde o controle", reforça.

Cultura

O psiquiatra e professor do curso de Medicina da UFC, Fábio Gomes enfatiza que o alcoolismo é um problema sério de saúde pública que afeta 5% da população mundial. "Temos uma sociedade imersa no álcool que tem 'bebemoração'. Tudo isso é uma característica da cultura ocidental", relata. Além disso, analisa, por ser uma droga socialmente aceita, o consumo de álcool é cultural. Isso no dia a dia, avalia, pode ser dimensionado pela quantidade de eventos financiados pela indústria do álcool no país.

Fábio também ressalta que as bebidas destiladas como cachaça, uísque e vodca tendem a ter índices alcoólicos superiores ao da cerveja, por exemplo. Mas, esta é uma bebida cujo consumo é geralmente feito em grande quantidade. "Muitas vezes, é necessário internar a pessoa porque ela não tem controle sobre o consumo. Mas, em vários casos, a forma de controlar é evitar qualquer contato. Se a pessoa passa 24 horas sem beber, ótimo. Vamos tentar passar mais 40 horas. Até aprender a viver sem o álcool", afirma.

Fintech abre vagas no Ceará com salários a partir de R$ 3,2 mil

Oportunidades de emprego estão em Fortaleza, Juazeiro do Norte e Sobral

Diário do Nordeste

De acordo com a empresa, as novas contratações acompanham "o ritmo de crescimento acelerado da companhia, que em 2018 duplicou sua carteira de clientes" Foto: Divulgação/Stone

A fintech de serviços financeiros Stone está com oportunidades de emprego disponíveis em Fortaleza, Juazeiro do Norte e Sobral. As vagas - para o time comercial - contam com salário a partir de R$ 3.254 (fixo + variável).

A empresa oferece vale alimentação e refeição, vale transporte, seguro saúde e odontológico, seguro de vida, auxílio creche e auxílio academia.

De acordo com a Stone, as novas contratações acompanham "o ritmo de crescimento acelerado da companhia, que em 2018 duplicou sua carteira de clientes".

"O Ceará é um polo estratégico para a companhia. Por isso estamos investindo em oportunidades de emprego na região que nos permita continuar crescendo e atendo bem aos nossos clientes", explicou Augusto Lins, presidente da Stone.

Os interessados podem se candidatar aqui. A empresa informa que não há pré-requisitos para concorrer às vagas, mas frisa que já ter atuado na área desejada é um diferencial.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Adolescente é encontrada morta após sair para pré-carnaval em Horizonte

Um inquérito foi instaurado na Delegacia Metropolitana de Horizonte para investigar o homicídio

Diário do Nordeste

Adolescente é encontrada morta após sair para pré-carnaval e não retornar para casa na Grande Fortaleza Paulo Sadat/SVM

Uma adolescente de 17 anos foi encontrada morta no fim da manhã desta segunda-feira (17) em um matagal no bairro Planalto, em Horizonte, na Grande Fortaleza.

Segundo a polícia, a adolescente havia saído de casa para curtir um pré-carnaval e não voltou. O corpo da vítima foi encontrado com os olhos arrancados e com vários ferimentos por bala.

Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que um inquérito foi instaurado na Delegacia Metropolitana de Horizonte para investigar o homicídio. Até o momento, ninguém foi preso.

Morre em Fortaleza o apresentador de TV Tadeu Nascimento

Apresentador sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) enquanto dirigia seu carro em novembro de 2019

Diário do Nordeste

Apresentador Tadeu Nascimento.

O radialista e apresentador de TV Tadeu Nascimento morreu, na manhã desta segunda-feira (17), em Fortaleza. Tadeu teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) enquanto dirigia, em novembro de 2019. Ele estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), do Hospital Instituto Doutor José Frota, no Centro de Fortaleza. A informação da morte do apresentador foi confirmada pelo hospital.

De acordo com uma amiga do apresentador, Tadeu faleceu por volta das 5h20, após quase três meses de internação. Segundo ela, além de complicações em decorrência do AVC, Tadeu ainda teria contraído uma bactéria. Ele não vinha respondendo bem ao tratamento e seu quadro de saúde piorou, aos poucos.

Tadeu Nascimento esteve à frente de programas como Barra Pesada, na TV Jangadeiro, e o Rota 22, na TV Diário. Ele apresentava um telejornal na TV Metrópole, em Caucaia. Entre 2013 e 2014, apresentou o programa "fato do Dia" também na TV Diário. Tadeu Nascimento deixa sete filhos.

Acidente perimetral

 
Tadeu Nascimento dirigia, sozinho, quando bateu na traseira de uma carreta estacionada Foto: Ricardo Mota

Acidente

Segundo a Guarda Municipal de Fortaleza, primeira equipe a chegar ao local do acidente, Tadeu Nascimento dirigia, sozinho, por volta das 8h20 na Avenida Costa e Silva, sentido Bairro José Walter/Messejana, quando bateu na traseira de uma carreta estacionada. Com o impacto, ele perdeu o controle do veículo, que ainda colidiu na lateral de um ônibus.

Chove em mais de 100 municípios do Ceará nesta segunda-feira; Moraújo tem a maior precipitação

Os dados da Funceme mostram que choveu em todas as regiões do Ceará, entre as 7h deste domingo até as 7 horas desta segunda-feira

G1 CE
Foto:Divulgação
O Ceará registrou chuvas em pelo menos 105 municípios entre as 7 horas deste domingo e as 7 horas desta segunda-feira (17), segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Conforme o balanço do órgão, atualizado às 11h20, as precipitações atingiram todas as regiões do Estado. A maior chuva foi verificada no município de Moraújo, na Região do Litoral Norte, com 108 milímetros (mm). Alcântaras e Granja, cidades localizadas na mesma região, registraram a segunda e terceira maior precipitação, com chuvas de 103 mm e 83 mm, respectivamente.

Em Barro, no Cariri, foram 78,2 mm e em Barreira, no Maciço de Baturité, 73 mm. Completam a lista de cidades com maiores acumulados Irauçuba (71 mm), Meruoca (65 mm), Itaiçaba (57,4 mm), Quixeré (50 mm) e Jaguaruana (50 mm).

No Litoral de Fortaleza, Cascavel concentrou o maior volume de chuvas no período, com 49 mm, seguida de Horizonte, com 47 mm. No Norte do Estado, mais precisamente em Massapê, um carro chegou a ser arrastado pela força das águas. Na capital, uma intensa chuva causou alagamentos e congestionamentos por toda a cidade.

Previsão
Segundo a Funceme, as chuvas ocorrem devido à atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é o principal sistema indutor de chuva no norte do Nordeste no período de fevereiro a maio.

Para esta segunda-feira, o órgão ainda prevê nebulosidade variável com eventos de chuva predominando em todas as regiões do Estado

Record é condenada a pagar dois milhões de reais por pintar de branco arte rupestre em Diamantina

Emissora cobriu com tinta grafismos pré-históricos em área que foi de cenário da série ‘Rei Davi’

Imagem mostra a sobreposição de camada branca ao grafismo rupestre em Diamantina.DIVULGAÇÃO MPMG

A arte pré-histórica preservada durante séculos em uma parede na cidade de Diamantina, em Minas Gerais, já não existe mais. Foi apagada —ou melhor, pintada de branco— para compor o cenário da minissérie bíblica Rei Davi, da Record. Quase dez anos depois da gravação de uma das minisséries que se tornaram um filão de sucesso na teledramaturgia e o segredo da emissora para alavancar a audiência, a emissora foi condenada em segunda instância a pagar dois milhões de reais por ter coberto com tinta a parede com arte rupestre.

O cenário natural da Serra do Pasmar, no Alto Jequitinhonha, à primeira vista, parecia ideal para as gravações. A rede de televisão investiu cerca de 30 milhões de reais na minissérie, inclusive com gravações nas áreas desérticas de Cache Creek e Kamloops, no Canadá. No Brasil, no entanto, a equipe optou por modificar a paisagem. Um relatório de análises químicas no sítio arqueológico mostrou a presença de tinta branca vinílica na área de patrimônio cultural utilizada para gravação.

Na sua defesa apresentada em Juízo, a Record nega que seja possível relacionar a tinta que existe no local à sua presença, uma vez que a prova pericial foi realizada dezenove meses após o encerramento das gravações de Rei Davi. Além disso, a empresa de comunicação afirmou que a gravação da minissérie gerou benefícios ao município de Diamantina, tais como o acréscimo no turismo e projeção nacional e que, por isso, não deveria pagar indenização por danos sociais. Destacou ainda que não havia registro de que o local utilizado para as gravações era sítio arqueológico ou área de preservação. Procurada, a Record não respondeu às perguntas enviadas pela reportagem.

O centro histórico de Diamantina, uma cidade colonial encravada em meio a montanhas, é reconhecido pela Unesco como Patrimônio da Humanidade por manter preservada a memória dos garimpeiros de diamantes do século XVIII que exploraram a região. Mas pesquisas realizadas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) apontam que Diamantina e os municípios de entorno têm uma história muito mais antiga a ser explorada.

A Serra do Pasmar foi considerada de alto potencial arqueológico segundo trabalhos do professor Andrei Isnardis, da UFMG, realizados a partir de 2009. Escavações encontraram pinturas rupestres e vestígios líticos (local de retirada de ferramentas de pedras) dos grupos pré-históricos que habitaram a região há até 11.000 anos. Indícios mostram que a área pintada pela Record tem registros arqueológicos de até 4.000 anos, antes do início da invasão colonial. “Em toda região, temos cerca de 220 sítios arqueológicos registrados”, afirma o pesquisador.

ANDREI ISNARDIS
Isnardis explica que comparada com outras áreas de Minas Gerais, a região de Diamantina é bastante preservada. “A população local intervém menos. Muitos sempre viveram como coletores e utilizam os abrigos rochosos [onde estão localizadas as pinturas rupestres], mas não são frequentes rabiscos”, afirma. Quando muito, são encontradas fuligens de fogueiras realizadas nas proximidades das pinturas. “O caso da Record é diferente, fruto de um profundo desconhecimento do valor das pinturas rupestres e do patrimônio arqueológico”, afirma.

Esse desconhecimento se reflete, inclusive, no impasse entre os desembargadores de segunda instância quanto ao preço a ser pago por quem destrói um patrimônio arqueológico. Na decisão em primeira instância, o juiz Tiago Ferreira Barbosa condenou a Record à recuperação dos danos ambientais, ao custeio de prova pericial realizada, ao pagamento de indenização a título de compensação ambiental no valor de um milhão de reais e à indenização por danos morais coletivos também no valor de um milhão de reais, pelos danos ao patrimônio cultural dos municípios de Gouveia e Diamantina. Também condenou a proprietária da área, Maria Geralda de Almeida, por permitir o acesso ao local sem assegurar a reparação da área degradada.

Como a Record recorreu, ficou para os desembargadores debaterem o mérito da questão. E o valor a ser pago como reparação de um crime que raramente é objeto de queixa foi tema de controvérsia. Para uma desembargadora, por exemplo, 400.000 reais já seriam suficientes para sanar o malfeito. Mas foi o voto do relator, o desembargador Paulo Balbino, que prevaleceu, e com ele grande parte da sentença determinada na primeira instância, inclusive os dois milhões de reais. A empresa de comunicação ainda pode recorrer.

Se é possível colocar um preço no que foi perdido? “É um exercício que não sou capaz de fazer… porque não tem preço. Estamos falando de outro tipo de valor. Um valor histórico, cultural, antropológico, humano, de pessoas que tinham um outro modo de vida. A pintura rupestre é o vestígio mais visível de outros povos. É inestimável”, lamenta Isnardis.


Polícia investiga furto de estátua de 400 kg na Zona Sul do Rio

Escultura representa a mãe do primeiro presidente do Brasil, D. Rosa Paulina da Fonseca. Gerência de Monumentos e Chafarizes fará registro de ocorrência nesta segunda-feira (17)

G1
Estátua de 400kg e 2m de altura é levada de monumento na Glória

A polícia do Rio investiga o furto de uma estátua de 400 kg e 2 metros de altura, que desapareceu do monumento em homenagem a Marechal Deodoro na Glória, Zona Sul do Rio. Segundo a Gerência de Monumentos e Chafarizes do Rio, vinculada à Secretaria de Conservação, a escultura representa a mãe do primeiro presidente do Brasil, D. Rosa Paulina da Fonseca.

O registro foi feito na 9ª DP (Catete), que abriu inquérito para apurar os fatos. Foi realizada a perícia de local. Diligências estão sendo feitas para identificar e prender os autores, além de saber quando foi cometido o crime.

Segundo a delegacia, foram oficiados a CET-Rio, em busca de imagens de câmeras de segurança, e também um prédio distante do local do roubo. Não havia câmeras próximas.

O órgão cuida, atualmente, de 1.371 monumentos (bustos, esculturas, estátuas, relógios e chafarizes). Também mantém contrato para manutenção no valor de cerca de R$ 900 mil.

Segundo a gerência, os monumentos sob a tutela do município são vistoriados e os reparos necessários, como limpeza, conserto hidráulico, elétrico e reposição de pequenas peças, programados para que sejam executados pelo contrato.

No caso de vandalismo ou furto de grandes peças, é feito um levantamento orçamentário, para abrir uma licitação para que seja feita a restauração e reposição.

Outros furtos
E os furtos de monumentos acontecem com certa frequência. Em maio do ano passado, a estátua "Os escoteiros", de 1923, desapareceu da Praça do Russel, também na Glória. Parte dela foi encontrada um mês depois, na beira da praia.

Em outra ação, vândalos também furtaram o gradil em alumínio da Pira Olímpica e a escultura "A menina dos balões encantados", em Ipanema, na Zona Sul, perdeu os braços, uma perna e os balões.

O caso mais impressionante foi o sumiço das vigas da perimetral. O elevado veio abaixo em 2013. As vigas de cento e vinte toneladas de aço desapareceram sem deixar rastro. Até hoje, o destino delas é incerto.

De acordo com a Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), o inquérito que apurava o furto das vigas da Perimetral foi arquivado. Em 2019 um novo inquérito foi instaurado para apurar a procedência de umas vigas encontradas na Baixada Fluminense. O material está sendo analisado e diligências estão sendo realizadas. Cabe esclarecer que como as vigas não possuem registro ou número de série a identificação do material se torna mais difícil.

Em Vila Isabel, Zona Norte do Rio, a estátua de Noel Rosa sendo servido numa mesa de bar não existe mais. A prefeitura vai abrir uma licitação para que ela seja refeita.

Quem é Manoelzinho Canafístula

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Itarema, Ceará, Brazil

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