Wellington Macedo é investigado no Supremo Tribunal Federal em um inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos contra as instituições e a democracia.
Por Márcio Falcão e Wellington Hanna, TV Globo — Brasília
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (3), o
blogueiro bolsonarista Wellington Macedo. A ação foi autorizada pelo ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e atende a um pedido da
Procuradoria-Geral da República.
A TV Globo apurou que Macedo foi preso em um hotel de Brasília. Em nota, a Polícia Federal confirmou a prisão e não divulgou maiores detalhes sobre o caso.
"A medida, cumprida em Brasília, tem o objetivo de aprofundar investigações em curso nos autos de inquérito que tramita naquela Corte", diz o comunicado.
Macedo é investigado no Supremo em um inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos contra as instituições e a democracia.
Nesse mesmo inquérito, Moraes autorizou, na semana
passada, uma operação com buscas e apreensões em endereços ligados ao cantor
Sérgio Reis e ao deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ).
Blogueiros e STF
Macedo não é o primeiro blogueiro bolsonarista a
ser investigado e ter a prisão determinada pelo STF por condutas relacionadas à
disseminação de notícias falsas e ameaças a autoridades.
Em junho de 2020, Moraes determinou a prisão de Oswaldo Eustáquio durante a investigação da organização e do financiamento de atos antidemocráticos na Esplanada dos Ministérios.
Segundo as investigações, à época, Oswaldo
Eustáquio defendia de forma oblíqua uma ruptura institucional. Os
investigadores citam por exemplo uma postagem em que ele afirma:
"Esse Supremo Tribunal Federal... corrupto... corrupto, que que ele fez? [Está] mancomunado com o Rodrigo Maia. [....] Em 64 não houve golpe militar, foi um contragolpe... porque daqui a pouco as pessoas vão falar: Oswaldo, você é a favor de uma intervenção militar? Não, eu sou a favor de uma intervenção do povo".
Também naquele mês, a extremista Sara Giromini e outros cinco investigados foram alvos de mandados de prisão preventiva. O grupo chegou a acampar na Esplanada dos Ministérios e a disparar fogos de artifício na direção do prédio do STF.
Novo inquérito
Em julho deste ano, a Polícia Federal abriu um novo
inquérito para apurar indícios de atuação de um grupo organizado para atentar
contra a democracia e o Estado democrático de direito.
Essa investigação é derivada do inquérito que apurou os atos antidemocráticos de 2020. Nela, o STF já autorizou a prisão do ex-deputado federal e atual presidente do PTB, Roberto Jefferson.
Entenda o inquérito da milícia digital aberto pela Polícia Federal
Na última terça (31), Moraes decidiu manter a
prisão preventiva de Jefferson. Segundo o ministro, a detenção do político é
necessária diante dos riscos de ele interferir nas investigações e à ordem
pública.