Só
quem já recebe o benefício terá direito às novas parcelas. A prorrogação foi
autorizada por medida provisória, que já está em vigor, mas ainda tem que ser
aprovada pelo Congresso
O
governo anunciou, nesta terça-feira (1º), a prorrogação do auxílio emergencial
com metade do valor original até dezembro.
As
contas estavam feitas, faltava o acerto político. Líderes de partidos foram
chamados para um café no Palácio da Alvorada. Todos puderam falar. E foi com o
apoio e a presença deles que o presidente Jair Bolsonaro fez o anúncio.
“R$
600. É muito para quem paga, no caso o Brasil. E podemos dizer que não é um
valor suficiente para todas as necessidades, mas basicamente atende, até porque
o valor definido agora há pouco é um pouco superior a 50% do valor do salário
mínimo ou melhor, do Bolsa Família. Então nós decidimos aqui, até atendendo a
economia, em cima da responsabilidade fiscal, fixar em R$ 300."
Para
garantir o pagamento das quatro novas parcelas, o governo negociou compromisso
do Congresso para aprovação das reformas consideradas fundamentais pela equipe
econômica.
“Foi
uma reunião excelente. A base do presidente e o governo chegaram a duas
decisões importantes: uma estender essa camada de proteção à população
brasileira, o presidente não deixou ninguém para trás e, dentro da nossa ideia,
do que é possível fazer com os recursos que nós temos, estender por quatro
meses o valor de R$ 300 de auxílio emergencial. Nós estamos não só com os olhos
na população brasileira a curto prazo, mas toda a classe política brasileira
pensando no futuro do país e implementando as reformas”, afirmou Paulo Guedes,
ministro da Economia.
O
auxílio emergencial atende trabalhadores informais, microempreendedores
individuais, autônomos e desempregados. Começou em abril, inicialmente iria até
junho, foi estendido para agosto e agora vai até dezembro. Só terá direito as
novas parcelas quem já recebe o benefício. Ninguém mais pode se inscrever. O
prazo terminou no dia 2 de julho.
A
prorrogação do auxílio emergencial foi autorizada por medida provisória, que
entra em vigor imediatamente, mas ainda tem que ser aprovada pelo Congresso. O
valor está dentro do limite fiscal. A articulação prévia com o Congresso busca
evitar mudança no valor do benefício, tanto é que, antes mesmo do anúncio,
Bolsonaro ligou para os presidentes da Câmara e do Senado, fechando nos R$ 300
em comum acordo.
“Essa
é a nova maneira de nós fazermos articulação política. Vamos acordar com os
senhores líderes primeiro, anunciar depois”, destacou Ricardo Barros (PP-PR),
líder do governo na Câmara.
E o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já empenhou apoio. Disse que vai trabalhar
para aprovação do texto, cuidando para atender aos mais vulneráveis sem
descontrole das contas públicas.