A segurança pública no Brasil consiste em um problema grave
Opinião - Por Manoelzinho Canafístula
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Foto: Divulgação |
Atribuir à
Polícia Militar a responsabilidade de enfrentar e diminuir a violência é um
fardo muito pesado e, por muitas vezes, não muito efetivo. Os crimes contra a
vida deveriam ser tratados de uma forma intersetorial. Ou seja, com a
implementação de políticas públicas inteligentes que englobam o investimento
não só em policiamento, mas também em esporte, lazer, educação, saúde e acesso ao
trabalho, por exemplo. De uma forma geral, deve-se entender que tudo está
conectado e, portanto, não se diminui a violência nas cidades sem que haja
ações de melhoria na qualidade de vida dos principais atores que a promovem.
A
violência no Brasil atinge todas as classes sociais, logo, as políticas
públicas e a ação do Estado devem envolver desde os bairros de elite, até as
comunidades mais vulneráveis. Pensando dessa maneira, no dia 16 de maio de
2018, o Senado Federal aprovou o projeto de lei 19/2018 para a criação do
Sistema Único de Segurança Pública (Susp). O Susp objetiva a integração dos
órgãos nacionais de segurança, como as polícias, secretarias estaduais de
segurança e guardas municipais, para que atuem de forma cooperativa e
sistêmica. Além disso, o projeto também institui a Política Nacional de
Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS), que propõe a ação conjunta da
sociedade e dos órgãos de segurança e defesa social da União, estados, Distrito
Federal e municípios.
Pelo fato
de o Brasil ser um país continental, desigual e com inúmeras peculiaridades, é
de extrema importância que ações sejam tomadas nas esferas menores, como a
municipal, entendendo assim os contextos locais. Políticas públicas eficientes
no enfrentamento da violência podem ser amplamente desenvolvidas pelas cidades,
no que diz respeito à prevenção de delitos e diminuição de situações que
possibilitem a ocorrência de crimes. O que a nossa cidade e os nossos
governantes municipais, prefeito e secretários estão fazendo para desenvolver
políticas públicas eficientes que promovam a redução da violência local? A
resposta é quase nada, em termos de educação, estamos distantes do ideal,
esporte, lazer, cultura e entretenimento, nem sequer 1% do orçamento municipal
é destinado para essas políticas públicas extremamente relevantes, quanto se
trata de combater diretamente a causa da violência, times de futebol, grupos de
festas juninas, artistas populares, precisam mendigar apoio as autoridades que
sempre desdenham desses segmentos, o resultado sai direto nas estatísticas da
violência e no extermínio, sem precedentes destas crianças, adolescentes e
jovens.
Alguns
especialistas brasileiros em segurança pública citam ainda, o controle às armas
de fogo e a diminuição da desigualdade social como alguns dos pontos principais
no combate à violência. Eles ainda afirmam que o país precisa priorizar tal
questão, incluindo efetivamente o tema da segurança na agenda pública nacional.
É necessário entender a violência como um fenômeno complexo, variável e
mutável. Um especialista da universidade UFPE, destaca alguns pontos que
considera indispensáveis para a segurança pública. Entre eles estão: a
construção de mecanismos eficientes de redução da violência policial; a
prevenção e investigação dos crimes contra a vida; o controle as armas de fogo
com políticas de longo prazo; a atenção ao encarceramento elevado e humanização
das prisões; e a adoção de políticas sobre drogas.
Em adição
a essas pautas, um integrante do Laboratório de Análise da Violência da UERJ,
elucida que são necessários programas voltados aos jovens da periferia. Afinal,
essas são as pessoas que representam o recorte populacional mais afetado pela
violência nas cidades. Além de tais iniciativas, deve-se buscar a melhoria das
taxas de esclarecimento de homicídios e uma mudança no policiamento ostensivo
no país.
O Brasil
possui os mecanismos para lidar com a questão da violência? O Governo já
identificou as origens do problema?
Acredita-se
que sim. A segurança pública é um dos problemas mais alarmantes da sociedade
brasileira atual. Agora, políticas de longo prazo, inteligentes, planejadas e
efetivas são fundamentais no seu combate. É necessário ter em mente que o
entendimento das peculiaridades locais, o estudo de boas práticas nacionais e internacionais,
assim como a priorização do assunto segurança pública nas agendas
governamentais podem ser o ponto chave para sua solução.
E agora
ouvinte? Podemos concluir que o problema de Segurança Pública e semelhante
àquela história da ratoeira que chegou em uma fazenda? E alguns animais
disseram ao rato, que o problema era só dele e ao final todos foram
sacrificados e o rato sobreviveu? O que você pode fazer ou está fazendo para
reduzir a violência em nosso município? E os vereadores, já levaram o tema para
ser discutido na Câmara Municipal e uma audiência pública, ou isso não se
discute. É hora de todos nós ficarmos atentos com a ratoeira que chegou em
nossa terra, e empurramos a nossa vaquinha precipício abaixo, e faremos isso
antes que novos inocentes morram e que alguém empurre a nossa vaquinha da
indolência precipício abaixo, e faremos isso, antes que seja demasiado tarde,
para um auxílio a tempo.
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