A
história do carnaval tem suas origens na Antiguidade, é a festa mais tradicional
e popular, chegou ao Brasil durante a colonização.
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Cordões, escolas de samba e ranchos desfilam no Vale do Anhangabau – 1969 Imagem: Folha de São Paulo
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O
Carnaval é a festa popular mais celebrada no Brasil e que, ao longo do tempo,
tornou-se elemento da cultura nacional. Porém, o carnaval não é uma invenção
brasileira nem tampouco realizado apenas neste país. A História do Carnaval
remonta à Antiguidade, tanto na Mesopotâmia quanto na Grécia e em Roma.
Etimologia - A palavra carnaval é originária do latim, carnis
levale, cujo significado é retirar a carne. O significado está relacionado com
o jejum que deveria ser realizado durante a quaresma e também com o controle
dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa da Igreja Católica de
enquadrar uma festa pagã.
Mesopotâmia - Na antiga Babilônia, duas festas possivelmente
originaram o que conhecemos como carnaval. As Saceias eram uma festa em que um
prisioneiro assumia durante alguns dias a figura do rei, vestindo-se como ele,
alimentando-se da mesma forma e dormindo com suas esposas. Ao final, o
prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado.
O
outro rito era realizado pelo rei nos dias que antecediam o equinócio da
primavera, período de comemoração do ano novo na região. O ritual ocorria no
templo de Marduk, um dos primeiros deuses mesopotâmicos, onde o rei perdia seus
emblemas de poder e era surrado na frente da estátua de Marduk. Essa humilhação
servia para demonstrar a submissão do rei à divindade. Em seguida, ele
novamente assumia o trono.
Comparação - O que havia de comum nas duas festas e que está
ligado ao carnaval era o caráter de subversão de papéis sociais: a
transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente ao
deus. Possivelmente a subversão de papeis sociais no carnaval, como os homens
vestirem-se de mulheres e vice-versa, pode encontrar suas origens nessa
tradição mesopotâmica.
As
associações entre o carnaval e as orgias podem ainda se relacionar às festas de
origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos).
Seriam festas dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos),
marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.
Festa Pagã - Havia ainda em Roma as Saturnálias e as
Lupercálias. As primeiras ocorriam no solstício de inverno, em dezembro, e as
segundas, em fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também
das purificações. Tais festas duravam dias com comidas, bebidas e danças. Os
papeis sociais também eram invertidos temporariamente, com os escravos
colocando-se nos locais de seus senhores, e estes colocando-se no papel de
escravos.
Mas
tais festas eram pagãs. Com o fortalecimento de seu poder, a Igreja não via com
bons olhos as festas. Nessa concepção do cristianismo, havia a crítica da
inversão das posições sociais, pois, para a Igreja, ao inverter os papéis de
cada um na sociedade, invertia-se também a relação entre Deus e o demônio.
Igreja - A Igreja Católica buscou então enquadrar tais
comemorações. A partir do século VIII, com a criação da quaresma, tais festas
passaram a ser realizadas nos dias anteriores ao período religioso. A Igreja
pretendia, dessa forma, manter uma data para as pessoas cometerem seus
excessos, antes do período da severidade religiosa.
Período Medieval - Durante os carnavais medievais por volta do século
XI, no período fértil para a agricultura, homens jovens que se fantasiavam de
mulheres saíam nas ruas e campos durante algumas noites. Diziam-se habitantes
da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos e invadiam os domicílios, com a
aceitação dos que lá habitavam, fartando-se com comidas e bebidas, e também com
os beijos das jovens das casas.
Renascimento - Durante o Renascimento, nas cidades italianas,
surgia a commedia dell'arte, teatros improvisados cuja popularidade ocorreu até
o século XVIII. Em Florença, canções foram criadas para acompanhar os desfiles,
que contavam ainda com carros decorados, os trionfi. Em Roma e Veneza, os
participantes usavam a bauta, uma capa com capuz negro que encobria ombros e
cabeça, além de chapéus de três pontas e uma máscara branca.
Brasil - A história do carnaval no Brasil iniciou-se no
período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo,
uma festa de origem portuguesa que na colônia era praticada pelos escravos.
Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e as
escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus também passaram a fazer parte da
tradição cultural carnavalesca brasileira. Marchinhas, sambas e outros gêneros
musicais também foram incorporados à maior manifestação cultural do Brasil.
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