Os Três Guardiões: Delegado de Acaraú concede entrevista à Radio Difusora e fala sobre a Operação Fake News na cidade

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quarta-feira, 1 de julho de 2020

Delegado de Acaraú concede entrevista à Radio Difusora e fala sobre a Operação Fake News na cidade

Segundo o delegado as investigações acontecem de forma sigilosa e podem ter outras pessoas envolvidas, além das duas que já foram depor no inquérito aberto há um mês

Por Manoelzinho Canafístula

Delegado Regional de Acaraú durante o Programa Conexão 92 - Foto: Reprodução 

O delegado regional da Polícia Civil de Acaraú, Alaiton Andrade concedeu entrevista exclusiva na manhã desta quarta-feira (1º), ao Programa Conexão 92 na Rádio Difusora FM de Acaraú. O jornalístico é conduzido pelos radialistas Juca Branco e Jhonata Adams e o tema da entrevista foi a operação de combate a Fake News em Acaraú. Segundo reportagem publicada pelo Blog “Os Três Guardiões” a Policia Civil realizou na manhã de ontem (30), uma operação que culminou com a apreensão de computadores, celulares e documentos em duas residências, sendo uma no bairro Outra Banda na sede e outra na comunidade de Celsolândia na zona rural do município.

Os suspeitos foram conduzidos à delegacia regional, prestaram depoimento e irão responder ao Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) em liberdade. Os suspeitos podem responder a diversos atos criminosos, entre eles, crimes contra a honra das pessoas. Se forem condenados, podem pegar até dois anos de prisão. A dupla é suspeita de envolvimento na criação e alimentação de perfis falsos nas redes sociais e distorcer informações com objetivos de desqualificar agentes públicos e agentes políticos do município.

Acompanhe alguns trechos da entrevista com o delegado Alaiton Andrade e abaixo o vídeo completo com a autoridade policial.

Difusora: Há quanto tempo o caso estava sendo investigado?

Delegado: Na realidade essa operação começou há um mês estamos fazendo levantamentos, identificação de IP’s, é uma investigação cibernética, feita de forma online, uma guerra de tecnologia para se chegar a esse tipo de alvo.

Difusora: Houve prisões dos suspeitos?

Delegado: Há determinadas situações que não é possível se realizar prisões, salvo em flagrante de delito ou ordem judicial, mas como esse tipo de situação exige uma perspicácia técnica muito grande em que uma mudança de minutos ou segundos de um acesso pode mudar o alvo, então a gente teve o zelo de pedir a busca e apreensão, que foi concedida pelo Poder Judiciário e com base nas informações da delegacia de combate a lavagem de dinheiro, que nos deu esse apoio técnico, nós conseguimos chegar ao alvo, mas nós tivemos o zelo de fazer a busca e apreensão para que os equipamentos fossem periciados para que a gente consiga identificar toda a rede de disseminação de Fake News na região. Normalmente essas pessoas costuma ter ideologias políticas e pensamentos parecidos, elas convivem e mantém contatos entre si e esse é o nosso objetivo, quebrar toda a rede, mas não somente os dois alvos de ontem e sim toda a rede de Fake News na região.

Difusora: Há algum tipo de sigilo? Há divulgação de algum nome?

Delegado: Sim. O procedimento está tramitando todo em sigilo. Não podemos divulgar nomes, pois temos que investigar toda a ramificação, então seria muito precipitado apontar aqui os responsáveis por tudo, já que eu preciso entender como funciona a rede cibernética do crime, então eu não tenho como trabalhar agora, pois agora nesse momento meus alvos podem estar na raiz ou na ponta do problema, então ainda não é o momento para a gente fazer essa divulgação de nomes.

Difusora: O senhor acredita que possa haver outros alvos, a polícia acredita que pode ser uma rede?  

Delegado: Sim é bem possível, pois essa rede é criada de forma espontânea, as pessoas que pensam da mesma forma vêem a coisa acontecer e acham que vai dar certo e passam a fazer parte mesmo que não combinado previamente, mas começam a divulgar achando que esse tipo de situação não pode ser rastreada, não pode ser identificada e se aproveitam do anonimato, achando que estando no anonimato podem fazer esse tipo de comentário, esse tipo de coisa.


A entrevista segue abordando outros temas da operação entre ele de que a internet não é mais um terra sem lei, segundo o delegado Andrade, qualquer tipo de acesso na internet pode ser rastreado em qualquer lugar que a pessoa estiver através do IP externo, mecanismo que fica gravado no aparelho utilizado e que pode ser localizado posteriormente, informando data, horário em local do acesso.  

O delegado informa ainda que a operação foi realizada por uma equipe de fora, que segundo o delgado foi uma decisão dele para garantir a lisura do procedimento e contou com a ajuda da delegacia especializada em lavagem de dinheiro. A decisão garantiu que não houvesse interferências externas na investigação e na operação. A autoridade policial diz que qualquer pessoa pode fazer críticas a gestão e a agentes públicos ou políticos, mas que é vedado o anonimato, as pessoas não podem utilizar perfis falsos para dirigir suas criticas, os atos são considerados crimes que podem gerar indenizações aos ofendidos e os infratores podem responder por outros crimes.

Segundo o questionamento do radialista Adams, um dos suspeitos que teve  apreensão de equipamentos, já respondeu a processos no passado por crimes semelhantes, porém o delegado informou que as práticas do passado, não influenciam nas condutas no presente e que o suspeito não tem nenhum débito de possíveis crimes cometidos anteriormente. A investigação não tem víeis político e pessoal. Os suspeitos estão em liberdade em virtude dos prazos estabelecidos em lei, a prisão só se faz necessária em casos especiais, razão pelo qual os suspeitos vão responder em liberdade. O delegado informa que as investigações podem ser concluídas em até 30 dias e que outras pessoas podem ser envolvidas no caso.

O delegado informou ainda que outros equipamentos, objetos ou documentos podem ser apreendidos e que esse tipo de apreensão pode gerar outras investigações. Após a conclusão do inquérito a peça segue para o Ministério Público que pode ou não apresentar a denuncia ao Poder Judiciário, que em caso de condenação pode gerar uma pena de até dois anos de prisão a ser paga de acordo com a sentença do magistrado.

O delegado alerta que as pessoas que tem hábito de publicar algo e depois apagam a publicação em rede social, imaginando que o teor também foi destruído, está enganado, “na realidade você não estão imune a nada, você apagou apenas do seu aparelho, a rede social Facebook e instagram continuam com essas informações, tudo fica gravado, a gente consegue desenterrar um monte de coisas, o seu passado e revelado. Ninguém gosta desse tipo de conduta, seja oposição ou situação, e preferível que se trabalhe com liberdade e com publicações legitimas e usando o mesmo nome, pois não existe anonimato na internet”, disse o delegado.

As pessoas que se sentirem ofendidas com as publicações podem entrar com representação por até seis meses, o caso é inédito na região, ao ponto da policia assumir o perfil falso e investigar o caso de forma profunda e decisiva. Todas as pessoas envolvidas direto ou indiretamente também serão investigadas, inclusive quem compartilha as informações falsas ou de cunho mal intencionado. Apesar de o crime ser considerado leve, as pessoas envolvidas ficam fichadas no rol de condutas criminosas, um peso que leva o individuo a ter um prejuízo, especialmente o social, pelo resto da vida.

Denúncias ou informações podem ser enviadas a Delegacia Regional de Acaraú

Fone: (88) 3661-1017 / dracarau@policiacivil.ce.gov.br

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