A alteração no regime previdenciário exige maioria absoluta e o projeto foi aprovado em dezembro do ano passado por apenas seis dos 13 vereadores, ninguém contestou a irregularidade da lei
Por Manoelzinho Canafístula
Todos os servidores públicos municipais de Itarema
começaram a ter descontado na folha do mês de abril a alíquota de 14% de
contribuição previdenciária, a nova norma foi aprovada em 22 de dezembro do ano
passado pela câmara municipal com o voto de apenas seis dos 13 vereadores, apesar
da lei estar irregular não houve manifestação contraria de nenhum servidor
público e muito menos do Sindicato dos Servidores Públicos, o SINDITA, nossa
reportagem entrou em contato com o atual presidente Rodolfo Mattos não se
manifestou sobre o caso.
Entenda o caso - A Câmara Municipal de Itarema aprovou no dia 22 de dezembro de 2020, o Projeto de Lei nº 11 de 06 de julho de 2020 que altera a Lei Municipal nº 224 de 28 de junho de 2002 e revoga a Lei nº 327 de 1º de junho de 2006 que reestruturam o Regime Próprio de Previdência Social do Município de Itarema. O projeto há havia sido retirado de pauta em julho do mesmo ano, em virtude de protestos realizados por servidores públicos.
A sessão foi
convocada extraordinariamente para discutir o projeto, que foi aprovado por
apenas seis dos 13 vereadores, segundo o SINDITA (Sindicato dos Servidores
Públicos Municipais de Itarema) seriam necessários no mínimo sete votos para
aprovar a proposta, ainda de acordo com o sindicato, o projeto é uma Lei Complementar
e de acordo com o artigo 40 da lei Orgânica do Município seriam
necessários sete votos. Votaram a favor da lei os vereadores Paulo César Rios
Júnior, Arthur Marreiro, Irades Cordeiro, Estevam Alves Pires, José
Grijalva dos Santos e José Edson Anastácio Costa. A vereadora
Meiriane Nascimento se absteve de votar, já o vereador Sebastião Onete de
Oliveira (Nenem do Amadeu) não compareceu à sessão. Votaram contra o projeto os
vereadores Francisco Chagas Carneiro, Carlos Jean Costa Furtado, Virginia
Monteiro e Francisco José Braga de Sena. O então presidente Manoel Mecias de
Andrade só votaria em caso de empate.
O
SINDITA encaminhou um requerimento ao prefeito Elizeu Monteiro para que se
abstenha de sancionar a lei, segundo a entidade a sessão que aprovou o projeto
de lei é nula em virtude de não ter seguido o que determina a Lei Orgânica
do Município, porém o prefeito não só sancionou a lei, como deu início o
desconto do percentual de 14% sobre o salário dos servidores.
CPI – O SINDITA
encaminhou junto a mesa diretora da Câmara um pedido de abertura de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar um suposto desvio
de recursos do Fundo da Previdência, o pedido foi assinado pelos vereadores
Francisco Chagas Carneiro, Carlos Jean Costa Furtado, Virginia Monteiro e
Francisco José Braga de Sena. Até o momento nada foi instalado ou investigado.
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