Vilani Matos, coordenadora de vigilância epidemiológica e prevenção em saúde do governo do estado, comentou o caso nesta terça-feira (31). O Ceará tem um dos dois casos suspeitos da doença no Brasil, sendo o segundo em Santa Catarina.
Por Samuel Pinusa, g1 CE
Hipótese mais forte é que suspeita de varíola dos macacos no Ceará seja catapora, diz especialista. — Foto: Science Photo Library
O caso suspeito de varíola dos macacos no Ceará pode ser diagnosticado como varicela, popularmente conhecida como catapora. Esta é a avaliação de Vilani Matos, coordenadora de vigilância epidemiológica e prevenção em saúde da Secretaria estadual (Sesa), que disse que essa seria a "hipótese mais forte". Ela participou de uma live da Escola de Saúde Pública do estado (ESP-CE) nesta terça-feira (31), junto a médica infectologista do Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), Christianne Takeda.
A Sesa informou, nesta segunda-feira (30), que recebeu a notificação de um caso suspeito de varíola dos macacos (monkeypox) de um residente de Fortaleza. Este é um dos dois casos suspeitos no Brasil, sendo o segundo em Santa Catarina.
"Esse paciente nunca teve catapora, então ele com certeza não recebeu vacina, porque é recente. A gente vai investigando para quando o resultado chegar. A gente precisa aguardar o resultado do laboratório, mesmo tendo todas essas evidências [que não se trata de varíola dos macacos]", diz a coordenadora.
“Sobre esse paciente que foi encaminhado, a principal suspeita não é varíola (monkeypox), é varicela. A gente está investigando para sífilis, dengue, chikungunya porque são muito parecidos os sintomas”, comentou Vilani.
Entenda a diferença entre a varíola dos macacos e a varíola humana, que está extinta |
Diferenciação dos casos
As definições dos casos da doença em investigação feitas pelo Ministério da Saúde dividem-se em suspeitos e prováveis.
Em relação ao paciente do Ceará, Vilani reforça que é um caso suspeito e que os sintomas no começo são muito gerais, ou seja, podem se assimilar com outras doenças, então necessitam de atenção desde o começo.
“Não é um caso provável, então a possibilidade de descarte [da varíola dos macacos] já é bem maior nesse momento, porque ele não cumpre todos os critérios. Para ser caso provável ele precisa apresentar os sintomas e ter vínculo epidemiológico, como contato sem máscara com pessoas com casos confirmados ou que tenha viajado para áreas endêmicas, e não tenha confirmação laboratorial”, complementou.
Nota técnica emitida pela Sesa sobre as notificações dos atendimentos descreve a diferença entre casos suspeitos e prováveis:
Caso suspeito: pessoa de qualquer idade que apresente início súbito de
febre maior que 38,5 ºC, adenomegalia e erupção cutânea aguda inexplicável, e
que apresente um ou mais dos seguintes sinais ou sintomas:
- Dor nas costas
- Astenia
- Cefaleia
E excluindo as doenças que se enquadram como diagnóstico diferencial e/ou qualquer outra causa comum localmente relevante de erupção vesicular ou papular. *varicela, herpes zoster, sarampo, zika, dengue, Chikungunya, herpes simples, infecções bacterianas da pele, infecção gonocócica disseminada, sífilis primária ou secundária, cancróide, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco contagioso (poxvirus), reação alérgica (como a plantas).
Caso provável: pessoa que atende à definição de caso suspeito e um ou
mais dos seguintes critérios:
- Ter um vínculo
epidemiológico (exposição próxima e prolongada sem proteção respiratória;
- Contato físico direto,
incluindo contato sexual;
- Ou contato com materiais contaminados, como roupas ou roupas de cama) com um caso provável ou confirmado de Monkeypox, desde 15 de março de 2022, nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas ou histórico de viagem para um país endêmico ou com casos confirmados de Monkeypox nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas.
Casos no Brasil
As autoridades pedem que a população fique atenta aos sintomas clássicos da varíola dos macacos — Foto: Getty Images/via BBC |
Segundo a Sesa, a investigação epidemiológica do caso suspeito no paciente de Fortaleza não identificou nenhum deslocamento para áreas em que foram confirmados casos nem contato com pessoas com a doença. A vigilância em saúde da Sesa permanece monitorando o caso.
O Ministério da Saúde informou que dois casos são investigados como
suspeitos no país, um no Ceará e o outro, em Santa Catarina. Um terceiro caso,
que pode ser suspeito, está sendo monitorado no Rio Grande do Sul.
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