Sem estrutura nem materiais, Laianne estudava pelo celular e por meio de apostilas doada. - Com informações do Diário do Nordeste.
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A vontade
de vencer foi maior que as adversidades e os oito anos de paciente espera -
Foto: Arquivo Pessoal |
“Não acreditei que seria possível. Pensava ‘não dá, não vou passar’.” A fala de Laianne Plácido Lima, 25, pode parecer pessimista, mas é quase regra para quem cresce sob os efeitos da desigualdade que assola a periferia de Fortaleza. A aprovação em Medicina é para ela, então, um divisor de águas.
Nesta terça-feira (28), com a divulgação dos resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) após “9 dias de ansiedade e de pânico”, Laianne se conectou à plataforma e leu: “Parabéns! Você foi selecionada na chamada regular”.
Agora,
ela vivencia, ao mesmo tempo, um fim e um começo.
Termina a série de tentativas de ser aprovada no curso dos sonhos, iniciada em 2015, quando fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pela primeira vez. E inicia a expectativa para entrar na sala de aula da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (Famed/UFC).
"Quando
fui dizer pra minha mãe, nem ela acreditou. Tô tentando passar desde 2015, há 8
anos faço essa prova. Acho que ela só acreditou quando chegou no trabalho,
mostrou o resultado pros professores e todo mundo começou a chorar".
Laianne é filha de Maria Célia, 56, zeladora de um dos campi da UFC em Fortaleza há 11 anos e maior apoiadora das metas e sonhos da jovem. Não concluiu os próprios estudos, como relata a filha, mas construiu para a menina um destino distinto.
“Pra me
manter no cursinho, eu tinha ajuda dela somente. Muita gente desistiu porque
não tinha apoio. Eu, sem o apoio dela, não passaria. Ela acreditou em mim”,
emociona-se.
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