Ambientalista
e preocupado com a crise de desemprego que afeta o município, o empresário
Alexandre Coelho mantém na zona rural, uma indústria que recicla plásticos, recentemente
ele ofereceu ao governo do Estado, terreno de sua propriedade para a instalação
de indústrias no município
Com informações do Jornal Diário do Nordeste
Por: Manoelzinho Canafístula - Jornalista
Entrada da Cidade de Itarema no Litoral Oeste do Ceará Foto: Manoelzinho Canafístula |
O empresário
Alexandre Miranda Coelho, 45 anos, mantem há oito anos na zona rural de Itarema
uma indústria que recicla material plástico e transforma em sacolas, sacos e
grãos (matéria básica para a fabricação dos produtos), a fábrica está situada na
fazenda Sucurujuba às margens da CE 434, na zona rural e distante 20 quilômetros
da cidade.
A
recente notícia de que o grupo espanhol Jealsa irá construir no Ceará duas
novas fábricas de conserva de pescados e que o Governo de Camilo Santana,
assinou protocolos de intenções no último dia 18 em Santiago de Compostela, na Espanha,
foi o despertar para a realização de um velho sonho, o empresário Coelho não
perdeu a oportunidade e entrou em contato com o governo e ofereceu um de seus
terrenos para a instalação de uma das duas fábricas, ou qualquer outra no futuro,
“após muita luta e dedicação, hoje tenho terreno para doar ao governo ou
diretamente a empresa, para que ela se instale em nosso município, Itarema é
uma terra de prosperidade e que precisa da sensibilidade das pessoas que podem
fazer alguma coisa, para gerar emprego e renda para o nosso povo, especialmente
para os mais humildes e sofridos, quem passa fome, quer comida na mesa e essa alimentação,
deve ser fruto do trabalho digno e isso novo povo tem, dignidade e força para
trabalhar”, ressaltou o empresário, que pretende nos próximos cinco anos
triplicar sua produção e alçar voos em novos investimentos.
Empresário Alexandre Coelho doará terrenos para a instalação de indústrias em Itarema - Foto: Arquivo Pessoal
Atum
em Itarema – Alexandre Coelho destaca ainda que
o estado do Ceará produziu ano
passado 18 mil toneladas de atum, aumento é 50% maior que o registrado durante
o ano de 2017, o que representa
mais da metade das 27 mil toneladas geradas anualmente no Brasil. Segundo
o empresário, os financiamentos de barcos pelas instituições financeiras estatais
como o Banco do Brasil e Banco do Nordeste são essenciais para fomentar o setor
no estado, “sem incentivo e financiamento dificilmente o pequeno pescador
consegue competir com os grandes produtores, sempre acreditei no pescador
artesanal que pode ir longe, se o governo lhe garantir financiamento,
capacitação e tecnologia”, ressalta Coelho. Ainda segundo o empresário o município
de Itarema é por sua localização geográfica e outros fatores, o maior produtor
de Atum do nordeste e possui muitos pescadores com vontade de trabalhar, o projeto
da construção de um porto no município é outro avanço importante para tornar
Itarema em uma referencia nacional do pescado no pais, “quando o nosso porto
estiver pronto, teremos as condições inclusive de exportação do nosso produto,
a produção pode triplicar em pouco tempo e elevar Itarema ao posto de maior
produtor de atum do planeta, isso não é sonho, é projeto de desenvolvimento local,
econômico e sustentável para o nosso povo”, finaliza o empresário, que apesar
de atuar em outro setor, vê na pesca a solução para os problemas de desemprego
e geração de trabalho e renda na região do litoral oeste e especialmente em
Itarema.
Porto dos Barcos é o ponto de ancoragem de diversas embarcações no município de Itarema - Foto: Manoelzinho Canafístula
Aumento
da produção e novos empregos - A
companhia espanhola é dona da empresa Robinson Crusoé Foods, instalada em 2014
no município de São Gonçalo do Amarante, a empresa foi um dos principais fatores,
que fizeram a produção pesca de atum no estado saltar em menos de cinco anos do
zero e chegasse a 12,4 mil toneladas (t) em 2017. Um dos maiores consumidores
da produção cearense, e a fábrica de pescados em conserva da empresa que teve
crescimento de 30% de sua produção em 2017 e repetiu o feito em 2018,
aumentando significativamente o número de postos de trabalho. Em 2019 a meta da
empresa, após a ampliação das fábricas será de até 90% de sua capacidade. Quando
foi instalada em 2014 a empresa investiu R$ 25 milhões, já no novo acordo,
serão investidos mais de R$ 100 milhões nos próximos anos para ampliar a
produção de conservas de sardinha e atum no Estado. Ao todo, a geração de
empregos deve atingir 750 – entre diretos e indiretos no setor da pesca.
A ampliação
dos negócios no estado, fazem parte do plano de expansão da empresa, pois de
acordo com entrevista ao jornal Diário do Nordeste ano passado, o diretor
operacional da companhia, Santiago Fominaya, já observava que embora o
percentual de crescimento da produção pareça muito grande, as cifras ainda são
consideradas pequenas, uma vez que o volume de produção dos anos anteriores não
foram grandes. "Nossa produção ocupa somente 15% a 20% da nossa
capacidade. Poderíamos beneficiar industrialmente 100% da produção nacional do
atum", disse à época o executivo.
Crescimento
produtivo - Até maio do ano passado, companhia
gerava cerca de 300 postos de trabalho formais e havia previsão de 90 vagas a
mais até o fim do ano. "Nossa indústria tem capacidade de fazer turnos de
trabalho. Por enquanto, fazemos um turno só. Se vamos a dois turnos, vai a 600
(empregos). E a três, a 900. Então tem muito espaço para crescer. Tudo
dependerá do mercado, do consumo, da pesca, da regularidade das embarcações.
São muito fatores", apontou o diretor.
O
crescimento observado no ano de 2018 também se deveu ao aumento de embarcações
licenciadas para a pesca do atum na região, indispensável para a garantia da
segurança alimentar pela indústria. Segundo o executivo, o consumo da companhia
deve crescer em igual velocidade à de regularização das embarcações - o Ceará
fornece cerca de 80% do atum comprado pela empresa, o restante e comprado no
Piauí e do Rio Grande do Norte.
Embarcações
- A falta de regularização das
embarcações que realizam a pesca de atum, principalmente no Nordeste, é o
principal gargalo que o segmento sempre enfrentou. O diretor técnico do
Coletivo Nacional de Pesca e Aquicultura (Conepe), Carlos Eduardo (Cadu)
Villaça, estima mais de 300 embarcações exerçam a atividade no Ceará, mas que
somente 10% a 15% são devidamente fiscalizadas e regulamentadas.
A falta de incentivos ao financiamento de barcos pode estar por fim - Barcos em construção no município de Itarema - Foto: Reprodução Nordeste Rural
Seminário
da pesca - Esse, inclusive, foi um dos
principais motivos para a realização no ano passado de um seminário "A
Pesca do Atum no Ceará: Aspectos Legais, Institucionais e Ordenamento",
realizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), pelo Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade
Federal do Ceará (UFC) e pelo Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca do Ceará
(Sindifrio) na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec).
Restrição
da União Europeia - A cadeia produtiva do setor teve que correr
contra o tempo – em maio do ano passado, a União Europeia comunicou ao governo
do Brasil que vai impedir a entrada de pescado brasileiro pela não conformidade
do controle das embarcações que se dedicam à pesca no Brasil com as regras
adotadas na Europa. O órgão responsável por essa regularização é a Secretaria
Especial de Aquicultura e Pesca, vinculada à secretaria-geral da Presidência da
República. O órgão fez um mapeamento das embarcações que querem se regularizar,
os proprietários registram os pedidos na secretaria do órgão no Estado, e são
encaminhados a Brasília. O cadastro dos Pescadores brasileiros está em andamento.
Capacitação
em Itarema - Com o intuito de potencializar
setores produtivos que não fossem afetados pela seca, o Estado viu na produção
uma oportunidade pouco explorada. A secretaria da Agricultura, Pesca e
Aquicultura do Estado (Seapa), investi na capacitação de pescadores e em
melhorias no Porto de Itarema, expoente da produção do pescado no Estado. Foram
promovidos cursos de manuseio do atum, já que ele precisa ser eviscerado no
mar, curso de navegação e melhorias nas embarcações através do projeto
"Ceará Mares do Atum" cujo objetivo maior é incentivar o consumo do
pescado pelo povo cearense. O produto sempre teve o potencial para ser
exportado, principalmente com as novas rotas internacionais que chegam ao
Aeroporto Internacional Pinto Martins e pelo Porto do Pecém, região onde está
instalada a Robson Crusoé.
O Ceará é o maior produtor de Atum do Nordeste - Foto: Reprodução Nordeste Rural
Produção
no CE representa até 62% do nacional
O
mercado produtor de atum no Ceará atingiu o status de maior fornecedor entre os
estados brasileiros em menos de cinco anos de atuação. De acordo com o
empresário e ex-secretário da Agricultura e Pesca do Ceará, Euvaldo Bringel das
27 mil toneladas geradas anualmente no país, entre 13 e 17 mil partem do território
cearense, correspondendo a uma média de 62% do volume do pescado no País.
O
ex-secretário destaca a atividade como a mais recente descoberta do
desenvolvimento local. Em apenas um mês, é pescado uma média de 1,1 milhão de
quilos através de 130 barcos que atualmente estão em atividade no litoral do
Estado.
Produção
dobrada - O volume de pescado está em constante
crescimento desde quando o mercado surgiu no Ceará. Em 2017, foram produzidas
12 mil toneladas de atum, número que cresceu 50% no ano passado, atingindo 18
mil toneladas, a informação é do diretor de Agronegócio da Agência de
Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Silvio Carlos Ribeiro. "Para
2019, nós devemos chegar às 24 mil toneladas fácil - um avanço de 33%", destaca.
Demandas
- Sobre as formas que o produto chega
até o consumidor, Euvaldo Bringel esclarece que a produção local de atum possui
três principais destinos.
"Cerca
de 30% fica aqui no Estado para consumo em restaurantes, uma boa parte também
está indo para o mercado de sushi no Brasil inteiro e o restante fica para as
indústrias de congelados e enlatados", detalha. No Ceará, existem cinco
indústrias de congelamento e uma de conservação.
Financiamento
e construção de um porto – Ainda segundo o diretor da
Adece, a atividade tem obtido tantos bons resultados que instituições
financeiras têm demonstrado interesse em financiar a construção de embarcações
de pesca de atum. Segundo ele, o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste estão
financiando os barcos e também tecnologias que já são utilizadas em outros
países que ajudam, por exemplo, a monitorar os cardumes", além disso, o
diretor Silvio Carlos afirmou que está prevista a construção de um porto
específico para a pesca do atum em Itarema.
Há previsão para a construção de um porto específico para a pesca do atum em Itarema - Foto: Manoelzinho Canafístula
Geração
de Renda – R$ 600 milhões é o valor movimentado
por ano em todo o Brasil. O mercado de atum já injeta na economia cifra na casa
dos milhões, Euvaldo Bringel diz que o número de pescadores na ativa até
cresceu com a ascensão do atum. "Os filhos dos pescadores não queriam mais
seguir a profissão dos pais. Mas vendo a lucratividade do negócio, os mais
jovens voltaram a ver a pesca como um meio de vida", finalizou.
O pescado
da vez - Segundo Silvio Carlos cerca de 800
pescadores em todo o estado estão envolvidos na atividade aquícola. "E
ainda tem muita gente interessada em entrar no ramo. Há pessoas migrando da
pesca da lagosta para o atum, porque tem menos complicações, não tem período de
defeso, escassez, pelo contrário, tem muita oferta e entre os peixes é uma das
carnes mais valorizadas", destaca.
Exportação
- Com um mercado interno ainda muito
forte, as exportações de atum produzido no Ceará ainda não começaram. "É
como o camarão. A exportação é quase nula porque temos um mercado interno que
absorve toda a produção e pagando bem, de forma que não precisamos
exportar", explica o diretor de agronegócio da Adece.
Ribeiro
acredita que o estado tem potencial para isso e já cita até mesmo possíveis
destinos. "Acredito que temos mercado principalmente nos Estados Unidos e
na Europa, apesar de o continente europeu ter uma tradição nesse pescado.
Podemos encontrar características no peixe daqui que atraiam o mercado
externo", ressalta o diretor.
Conservação
- Uma das dificuldades ainda existentes
no mercado de atum no Ceará é a questão da conservação do produto. As cabines
de frios precisam ser ampliadas para comportar todo o volume que está sendo
pescado.
A
regularização da frota de embarcações utilizadas também é um ponto que precisa
ser trabalhado, segundo o Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da
Universidade Federal do Ceará (UFC), o mercado possui cerca de 130 barcos
cadastrados.
A
capacitação dos profissionais é uma área que requer investimento para que seja
alcançado um percentual satisfatório de pescado tido como de alta qualidade.
Incentivo
do Governo Federal - O Governo Federal precisa ainda
investir no segmento. Para a produção de novas embarcações falta uma política
federal de financiamento de barcos. O estado pode trabalhar com grandes
embarcações de metal, como é feito no mundo. A maioria das embarcações do Ceará
são feitas de madeira, porém é de baixo rendimento, gasta muito diesel e é mais
lento.
Nosso município estar precisando de alguém quer trabalhe pelo povo na geração de empregos não em formar currais eleitorais e isso que o povo tá precisando nosso município e rico na produção de pescados castanha e coco mais não tem interesse da parte dos gestores porque eles acham que se estalando uma impressa no município vamos perder o voto dessas pessoas.entao tá claro que quando não há lucro pra eles não há interesse.porque não é o bem estar do povo que realmente importa mais sim o deles eu apoio esse incentivo alixandre coelho foi o primeiro a fazer isso.
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