Políticos
teriam cobrado dinheiro para não votar pelo impeachment da ex-prefeita da
cidade. Secretário de Obras também foi preso, e são investigados o ex-prefeito
e o presidente da Câmara da cidade.
Por
Rodrigo Gonçalves e Renata Costa, G1 GO e TV Anhanguera
Policias fizeram buscas também na casa dos investigados em Araguapaz
Foto: Polícia Civil/Divulgação |
Uma operação da Polícia Civil prendeu cinco dos nove vereadores de Araguapaz na
última terça-feira dia 17. Segundo as investigações, eles são suspeitos de
cobrar propina para não votar pelo impeachment da ex-prefeita da cidade, Márcia
Bernardino de Souza. A negociação que chegou a R$ 500 mil e teria sido
organizada pelo secretário de Obras do município, que também foi preso.
Durante
a Operação Tractamus, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a
Administração Pública (Dercap), foram cumpridos seis mandados de prisão
cautelar contra os investigados. Foram presos os vereadores Egnaldo José de
Carvalho, Pedro da Silva Souza, Frederico Antônio Monteiro, Derci Francisco
Cardoso e Fábio Divino Cardoso.
O
outro homem preso é Paulo Sérgio Ferreira Nunes, secretário de Obras do
município. Além dos vereadores presos, o presidente da Câmara do Município,
Célio Ferreira Nunes, também teve a prisão decretada, mas segue em liberdade
porque se recupera de uma cirurgia. O marido da ex-prefeita, José Segundo
Rezende Júnior, que já foi prefeito da cidade, também é investigado, segundo a
polícia.
A
Polícia Civil espera que José Segundo e Célio Ferreira se apresentem à
delegacia nos próximos dias. A TV Anhanguera tentou ter acesso às defesas dos
vereadores, da ex-prefeita, do ex-prefeito, e secretário de Obras de Araguapaz,
mas não conseguiu contato.
Também
foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Araguapaz e em Goiânia.
Além da residência dos investigados, a Polícia Civil fez buscas nos gabinetes
dos vereadores da Câmara Municipal de Araguapaz. A equipe da Dercap informou
que fará ainda mais diligências, a fim de localizar e prender outros envolvidos
no suposto esquema criminoso.
Segundo
a polícia, a denúncia é de que os vereadores teriam exigido dinheiro à
ex-prefeita da cidade, para votar contra dois processos que a afastaria do
cargo. A denúncia de extorsão, segundo consta da investigação, teria partido do
ex-prefeito do município e marido da então prefeita.
Ainda
de acordo com o que foi apresentado pelo delegado Cleybio Januário, a polícia
começou a investigar a denúncia e acabou descobrindo que o marido da
ex-prefeita também teria oferecido dinheiro aos vereadores para votar contra o
impeachment.
As
investigações apontaram ainda que José Segundo mudou de ideia e entregou o
esquema pra polícia, porque em agosto, mesmo com a negociação, a mulher dele
teve o mandato cassado por desvio de verbas no transporte escolar.
Já o
secretário de Obras do município, segundo a polícia, é suspeito de intermediar
a negociação para derrubar o projeto que retiraria a ex-prefeita do cargo.
A
polícia afirma ter vídeos que comprovam o crime de corrupção ativa, passiva e
associação criminosa.
“O que
restou comprovado e até mesmo confessado pelos vereadores que as reuniões
aconteciam tanto em Araguapaz como em um Goiânia, onde foram solicitadas e
prometidas essas vantagens, valores de R$ 40, 60, 50 mil para que votassem a
favor da prefeita”, disse o delegado Cleybio Januário.
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