Monick
Pereira Zeitounian, de apenas 17 anos, conquistou uma vaga no curso de Ciências
Matemáticas e de Computação, na USP (Universidade de São Paulo) em São Carlos,
sem vestibular, nem Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A jovem ingressou na
graduação usando sua medalha de prata na Obmep (Olimpíada Brasileira de
Matemática das Escolas Públicas).
A
caloura sempre estudou em escolas públicas. Filha de arquiteta e engenheiro,
teve os pais como inspiração e apoio. A menina participou da primeira olimpíada
ainda no sexto ano do ensino fundamental. "Eu não fui muito bem, mas não
desisti, participei novamente no sétimo ano, estudava sozinha, não tive apoio
da escola na época porque não havia estrutura", conta.
Na
segunda participação, Monick conseguiu a menção honrosa. Passou a estudar os
assuntos que costumam cair mais, refez provas de edições anteriores até chegar
no ensino médio. "Mudei de escola e ingressei no programa de iniciação
científica, sempre me dediquei, gosto de estudar e passava horas fazendo os
exercícios."
Nada
de vestibular
"Eu
estava terminando o terceiro ano, estudando para as provas e decidi que não
prestaria vestibular, preenchi o formulário para ingressar via classificação na
olimpíada, mas sem pretensão de passar e quando vi o resultado chorei de
emoção, foi incrível", lembra.
Em
2019, foi a primeira vez que a USP abriu a possibilidade de ingresso direto na
graduação para quem participa de olimpíadas acadêmicas nacionais e
internacionais. No total, foram criadas 113 vagas adicionais em 60 cursos de
graduação oferecidos por 20 diferentes unidades de ensino e pesquisa,
localizadas em São Paulo, Ribeirão Preto, Piracicaba, Lorena e São Carlos.
A
seleção foi realizada de acordo com um sistema de pontuação que tinha como
base, no caso de uma competição nacional, a medalha obtida pelo aluno. Já nas
olimpíadas internacionais, a mera participação garante pontos. Cada unidade da
USP definiu quais olimpíadas aceitaria na seleção e qual pontuação mínima seria
exigida em cada curso.
Hoje,
Monick já se inscreveu na iniciação científica e quer tentar "puxar"
o mestrado. A menina das exatas pretendem seguir a carreira acadêmica e estudar
segurança da informação. Ela deve participar do Grace (Grupo de Alunas de
Ciências Exatas) no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, que tem
como objetivo promover atividades de extensão na área de tecnologia voltadas
meninas estudantes da cidade de São Carlos.
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