Diário do Nordeste
"Está
na hora de o Congresso falar: 'adia', faz um mandato desses vereadores e
prefeitos. Eleição no meio do ano... uma tragédia, por que vai todo mundo
querer fazer ação política", disse Mandetta Erasmo
Salomão/MS
O
ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o Congresso deveria
adiar as eleições municipais deste ano, marcadas para outubro, para conter o
avanço do novo coronavírus no País. O comentário foi feito durante reunião por
videoconferência com prefeitos de capitais, neste domingo, 22.
Para
Mandetta, a disputa eleitoral pode comprometer o foco dos gestores e causar uma
"tragédia". "Faço aqui até uma sugestão. Está na hora de o
Congresso falar: 'adia', faz um mandato desses vereadores e prefeitos. Eleição
no meio do ano... uma tragédia, por que vai todo mundo querer fazer ação
política", disse.
O
ministro fez o comentário em resposta a um dos prefeitos que mencionou
dificuldades políticas com outros atores da região para adotar algumas medidas
de contenção.
"Não
é hora de falar sobre isso", cortou o prefeito de Campinas, Jonas
Donizette, presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Em seguida, foi
dada a palavra a um outro gestor, e não se tocou mais no assunto.
Desde
que se intensificaram as consequências da pandemia, líderes do Congresso
começaram a falar na possibilidade de adiar o pleito que escolherá os novos
prefeitos e vereadores.
TSE
O
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, na quinta-feira (19), por
unanimidade, confirmar o dia 4 de abril como data limite para a filiação
partidária de quem pretende concorrer às eleições municipais deste ano. O tribunal
disse não ter o poder de alterar o calendário previsto pela legislação
eleitoral.
De
acordo com o TSE, o calendário das eleições municipais está previsto na Lei das
Eleições (9.504/1997) e que a Justiça Eleitoral não tem o poder de alterar as
datas, sendo o prazo para filiação partidária “insuscetível de ser afastado”
pelo tribunal, disse a presidente da Corte Eleitoral, ministra Rosa Weber.
Prefeitos
Em
meio a articulações que envolvem diferentes esferas de poder em busca de ações
de contenção aos efeitos da pandemia de coronavírus, prefeitos de todo o País
anunciam medidas voltadas às realidades dos respectivos municípios, ao passo
que também esperam respostas do Governo Federal e do Congresso Nacional.
Eles
reivindicam receber fatia maior dos R$ 5 bilhões em emendas ao Orçamento da
União – já liberados pelo Palácio do Planalto por meio de medida provisória –
que serão destinados ao enfrentamento da crise de saúde pública provocada pelo
Covid-19, mas querem mais.
Dentre
outros pleitos, está também a edição de decreto federal que permita a
contratação emergencial de mais profissionais da saúde, especialmente médicos,
em ano eleitoral.
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