G1
Materiais sendo apreendidos em gabinetes de vereadores na Câmara de Uberlândia — Foto: João Ricardo/G1
Vinte
dos 27 vereadores de Uberlândia foram alvos de mandados de prisão na manhã
desta segunda-feira (16) em uma operação do Ministério Público de Minas Gerais
(MP-MG). A ação apura desvio de verbas de gabinete e também inclui mandados
para prender outras 20 pessoas, entre funcionários e assessores da Câmara
Municipal e donos de gráficas .
Entre
os investigados estão o presidente da Câmara, Hélio Ferraz, o Baiano (PSDB),
que foi preso. Também estão na lista dos vereadores alvos de mandado de prisão
os vereadores Juliano Modesto (SD) e Alexandre Nogueira (PSD) — o primeiro já
estava preso, e o segundo cumpria prisão domiciliar e foi levado para a
delegacia.
Para
os três, o mandado é de prisão preventiva. Para todos os demais, prisão
temporária. (confira nomes abaixo).
Até
por volta de 10h45, 18 vereadores já estavam presos e dois ainda não haviam
sido localizados — o nome deles não foi divulgado. Das outras 20 pessoas alvos
dos mandados, 15 já estavam presas às 10h45. Foram expedidos, ainda, 42
mandados de busca e apreensão, inclusive na Câmara.
O
G1 tenta contato com a defesa dos envolvidos.
Uso
de notas fiscais frias de gráficas
O
grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-MG,
responsável pela ação, informou que a operação investiga desvio de recursos da
verba indenizatória de gabinete da Casa, por meio de uso de notas fiscais frias
de gráficas.
"Tivemos
nesses últimos três anos 17,5 milhões de informativos impressos por esses
vereadores, que corresponde a 35 informativos por eleitor. Obviamente esse
número é irreal, se fizer pesquisa percebemos que muitas pessoas nas ruas não
receberam informativos", disse o promotor de Justiça Daniel Marotta
Martinez.
Ainda
segundo o promotor, durante a operação “O Poderoso Chefão”, o dono de uma
gráfica afirmou ter uma empresa de fachada utilizada para desvio de verbas
indenizatórias. Com base nestas informações, o Gaeco começou a verificar quais
outras gráficas eram utilizadas pelos parlamentares já presos.
“De
janeiro de 2017 a dezembro de 2019 os vereadores gastaram mais de R$ 4 milhões
em serviços de impressões. Constatamos que essas gráficas não tinham capacidade
de prestar esse tipo de serviço que estão nas notas. Não se compravam insumos
usados. Algumas funcionam, sim, regularmente, mas não compravam material
suficiente dos descritos nas notas fiscais. As notas são rigorosamente do mesmo
valor para vereadores diferentes", explicou.
MP
realiza operação para prender 20 vereadores de Uberlândia
Veja
o nome dos vereadores investigados nesta operação
Alexandre
Nogueira (PSD)
Ceará
(PSC)
Doca
Mastroiano (PL)
Dra.
Flavia Carvalho (PDT)
Dra.
Jussara (PSB)
Felipe
Felps (PSB)
Hélio
Ferraz, Baiano (PSDB) - Presidente da Câmara
Isac
Cruz (Republicanos)
Juliano
Modesto (SD)
Marcio
Nobre (PSD)
Pâmela
Volp (PP)
Paulo
César PC (SD)
Ricardo
Santos (PP)
Rodi
(PL)
Roger
Dantas (Patriota)
Ronaldo
Alves (PSC)
Silésio
Miranda (PT)
Vico
(Sem Partido)
Vilmar
Resende (PSB)
Wender
Marques (PSB)
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