Delegado afirma que responsável pela gravação
precisa ser encontrada e responsabilizada; serviço de inteligência vai comparar
dados para localizá-la
Pablo Nascimento, do R7
Polícia recebe denúncias pelo telefone 181 - Foto: Mayara Folco / Record TV Minas
A Polícia Civil informou, nesta terça-feira (5),
que a autora do vídeo falso sobre caixões de supostas vítimas de covid-19
encontrados com pedras, em Belo Horizonte, poderá responder por três crimes e
ser condenada a até nove anos de prisão.
Peritos ainda trabalham para encontrar a
responsável pela gravação viralizada em redes sociais na última semana.
A autora do vídeo, segundo o delegado Wagner Sales,
pode responder pelos crimes de denunciação caluniosa, difamação contra o
prefeito de Belo Horizonte, que é citado na filmagem, e pela contravenção penal
de propagação de pânico. Além de prisão, a Justiça pode determinar o pagamento
de multa, com valor a ser analisado pelo juiz.
Durante coletiva para detalhar o processo de
investigação, os delegados Wagner Sales e Rodrigo Damiano, do Primeiro
Departamento de Polícia Civil da capital mineira, explicaram que o serviço de
inteligência vai comparar sotaques de regiões do interior do Minas e monitorar
dados de redes sociais para conseguir chegar até a suspeita.
Sales, coordenador do inquérito, explica que,
embora a gravação possa ter sido feita em outro Estado, os policiais precisam
seguir os sinais já detectados. Na filmagem, a mulher deixa a entender que fala
de Minas Gerais.
— A investigação sempre parte do princípio do mais
fácil para o mais complexo. Nós vamos considerar que este sotaque seja
verdadeiro e, em um segundo momento, caso não seja evidenciado, a gente passa
para a possibilidade dele ter sido forjado.
O responsável pelas investigações ainda ressalta
que as pessoas que compartilharam a gravação também podem receber as mesmas
penas, já que se trata de um crime contra a honra.
Apelo
A Polícia Civil faz um apelo para que a responsável
pela gravação se apresente em qualquer delegacia para prestar esclarecimentos.
Caso isto não aconteça, o delegado pode pedir a prisão preventiva da mulher ao
final da investigação, mesmo sem a identificação da suspeita.
— O que a gente precisa e busca é saber os motivos
e o porquê desse tipo de conduta no momento em que a sociedade passa por tanta
dificuldade. As pessoas sofrem com as consequências econômicas e sanitárias do
coronavírus e uma pessoa, de forma irresponsável e criminosa, vem nas redes
sociais produzir, publicar e propagar esse tipo de vídeo.
Segundo a Polícia Civil, quem tiver informações
sobre o paradeiro da mulher que aparece nas imagens pode denunciar,
anonimamente, pelo telefone 181. Sales, contudo, pede ponderação por parte da
população, para que não haja perseguições e exposição de pessoas inocentes.
— A gente sugere que a população de bem aja com
responsabilidade. Um ato irresponsável não pode gerar outro ato irresponsável.
Para que a responsável pela gravação responda por
difamação, o prefeito de Belo Horizonte, que é citado no vídeo, precisa fazer a
denúncia contra ela. A reportagem procurou a equipe de Alexandre Kalil (PSD)
para comentar a situação, mas ainda não teve retorno.
Veja o vídeo falso sobre os caixões com pedra:
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