É a terceira mudança na direção do órgão desde o início da gestão de Jair Bolsonaro
Diário do Nordeste
O Governo Bolsonaro exonerou o cearense Rosilônio Magalhães da direção-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, o Dnocs. A exoneração foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (6). Natural de Arneiroz, o engenheiro civil e agrônomo era indicação do deputado Genecias Noronha (SD). É a terceira mudança na direção do órgão desde o início da gestão de Jair Bolsonaro.
Quem assume o órgão é Fernando Marcondes de Araújo Leão, em movimento apontado como parte da nova aliança política formada pelo governo de Jair Bolsonaro com os partidos integrantes do Centrão. A direção é um cargo cobiçado entre os parlamentares devido ao seu alcance político. Em troca de apoio, partidos como PP, PL, Republicanos e PSD devem ser agraciados com cargos em empresas públicas e autarquias importantes.
O novo diretor do Dnocs, filiado ao Avante, ocupa hoje o cargo de gerente-geral do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) em Pernambuco.
Rosilônio Magalhães havia sido nomeado em outubro do ano passado pelo ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Em novembro, participou de cerimônia de posse na sede do órgão, em Fortaleza, com a presença de lideranças políticas como o próprio Genecias, os deputados federais Junior Mano (PL), Capitão Wagner (Pros) e Heitor Freire (PL) e os deputados estaduais Aderlânia Noronha (SD) e Walter Cavalcante (MDB).
Dnocs
Em 2019, o órgão teve dois diretores-gerais. Antes de Magalhães, o Dnocs era chefiado por Ângelo Guerra, ligado ao MDB, ainda do governo anterior. Também cearense, Guerra havia assumido o Dnocs em agosto de 2016.
A exoneração de Ângelo Guerra, também ligado ao então aliado de Bolsonaro Heitor Freire, aconteceu após o fim da relação do deputado com o Governo Federal. À época, Freire entrou em queda de braço com a família Bolsonaro pela permanência do deputado Delegado Waldir na liderança do PSL.
O Dnocs, dentre os órgãos regionais, é a mais antiga instituição federal com atuação no Nordeste e tem sido feito de moeda de troca em articulações políticas.
Em 2016, a nomeação de Guerra foi feita pelo então presidente da República em exercício Michel Temer (MD), no contexto do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Mesmo com o peso político e relevância na atuação junto aos estados do Nordeste, o órgão sofre com o sucateamento e a falta de servidores - a maioria dos quais aposentados.
Às vésperas de tomar posse o Governo Bolsonaro, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou o Dnocs como um dos órgãos federais com maior risco de fraudes e corrupção no Brasil. A expectativa era de que, com o novo governo, ele finalmente fosse revitalizado e cumprisse seu papel crucial para o desenvolvimento da região.
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