O ex-ministro afirma ter provas de que o presidente Bolsonaro tentou interferir nas investigações da PF
Por Estadão Conteúdo
Moro (na foto) quando visitou o Ceará em fevereiro
deste ano - Foto: Thiago Gadelha
O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, chegou às 13
horas desta sábado (2) pelos portões dos fundos da sede da Superintendência da
Polícia Federal, em Curitiba (PR), para depor para a Polícia Federal e para a
Procuradoria Geral da República (PGR) sobre as denúncias feitas contra o
presidente Jair Bolsonaro durante seu discurso de despedida do governo. O
ex-juiz federal será assistido de um advogado.
Antes da chegada do ministro, um grupo de
apoiadores do presidente (menos de 100 pessoas) ficou desde as 10 horas na
frente da sede da PF com palavras de ordem contra Moro e a imprensa. Uma das
coordenadoras, Paula Milani, se recusou a falar com a imprensa, assim como
outros militantes. "Com tantos crimes maiores, porque ele quis se voltar
contra o presidente e sua família?", gritavam do carro de som.
Militantes tomavam o microfone e chamavam Moro de
"Judas", "rato", e chegaram a falar que "a biografia
do Moro deveria ser jogada na privada", entre outros xingamentos.
"Porque não investigava quem tentou matar o presidente?", gritavam.
Com Moro já no interior da sede, cobraram sua
presença. "Não teve dignidade de vir dar oi para as duas únicas pessoas
que estão aqui defendendo, pois todas outras estão com o presidente",
disse uma manifestante.
Cerca de cinco apoiadores de Moro levavam faixas de
apoio. O consultor Marcos Silva disse que acreditava em Moro e não merecia esse
tratamento. "Acreditamos na honestidade de Sergio Moro, assim como ele fez
na Lava-Jato ele tentou fazer no Ministério da Justiça, mas chegou perto dos
filhos do presidente", disse.
O servidor público Alvaro Faria também estava
presente e vestia uma camiseta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que
foi condenado pela Operação Lava Jato. O manifestante fez críticas ao ex-juiz
federal. "Faço questão de estar aqui para ver Moro depondo, ele que vazou
áudios ilegalmente para prejudicar Dilma e Lula, que inflamou uma manifestação
que iria acontecer depois, merece responder por isso também", comentou.
Minutos depois, o apoiador de Lula precisou ser retirado do local.
Em outro momento, um cinegrafista da RIC teve seu
equipamento atingido por uma manifestante, que foi contido pela Polícia Militar
e levado para fora da área de imprensa. Após a tentativa de agressão, a PM
precisou reforçar seu contingente em frente à sede da PF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.