As
pesquisas científicas indicam que algumas drogas se mostraram eficazes no
combate ao vírus
Por
Lucas Agrela
Cloroquina: medicamento
mostra resultados promissores no tratamento contra o novo coronavírus
(Stock.xchng/forwardcom/Reprodução)
Hidroxicloroquina,
cloroquina e remdesivir. Esses são os medicamentos que, segundo estudos
científicos, podem ser eficazes no combate ao novo coronavírus.
A
hidroxicloroquina é a mais promissora. O remédio é usado para o tratamento da
malária desde os anos 1930, mas também já foi usado para combater doenças como
artrite reumatoide e lúpus.
O
remédio chegou a ser substituído por outros recentemente porque o protozoário
parasita plasmodium falciparum, causador da malária, tornou-se resistente à sua
ação. A hidroxicloroquina podia ser usada para prevenir ou combater a malária.
O
medicamento já se mostrara anteriormente eficaz contra a Sars, uma doença
respiratória aguda que surgiu na China em 2002 e pertence ao grupo coronavírus,
assim como o vírus causador da atual pandemia de Covid-19.
Em
um estudo publicado por cientistas chineses em 18 de março na revista
científica Nature, as drogas hidroxicloroquina e remdesivir se mostraram
capazes de inibir a infecção do SARS-CoV-2 (nome do novo coronavírus) em
simulação in vitro.
Outro
estudo feito na França, realizado pelo Instituto Mediterrâneo de Infecção de
Marselha, publicado no periódico científico International Journal of
Antimicrobial Agents, mostra que a hidroxicloroquina teve desempenho positivo.
Em alguns casos, foi usado também um antibiótico chamado azitromicina, que
combate infecções pulmonares causadas por bactérias.
Gregory
Rigano, orientador de pesquisa na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos,
e coautor de um estudo sobre o uso de hidroxicloroquina em humanos para
combater o coronavírus. Em um experimento feito com dois grupos, um que recebeu
o medicamento e outro que não o recebeu, o resultado da droga no combate ao
novo coronavírus foi eficaz. O antibiótico azitromicina foi usado em conjunto
com a cloroquina, como no estudo feito na França.
O
estudo ainda está para ser publicado, mas Rigano já concedeu uma entrevista a
uma rádio americana falando sobre o tema. “Esse será o estudo mais importante a
ser lançado sobre o tema. Ponto”, disse Rigano. O bilionário Elon Musk também
publicou uma mensagem no seu perfil no Twitter nesta semana afirmando que a
droga poderia ser eficaz contra o novo coronavírus. A FDA realiza testes com a
cloroquina para combater a Covid-19.
Apesar
de promissora, a droga ainda precisa de mais testes clínicos antes de ser
distribuída amplamente para a população de forma segura. Por isso, Donald
Trump, presidente dos Estados Unidos, pediu que a Federal Drug Administration,
análoga à Anvisa brasileira, seja ágil com o processo de testes e aprovação do
medicamento.
Por
conta da falta de aprovações clínicas do uso da hidroxicloroquina, a
automedicação não é recomendada por médicos e pesquisadores.
Outro
medicamento que tem se mostrado promissor contra o novo coronavírus é o
remdesivir. Porém, por ser um medicamento experimental, não se espera que ele
esteja amplamente disponível para o tratamento de um grande número de pessoas
tão cedo quanto a hidroxicloroquina. A farmacêutica americana Gilead detém a
patente do remdesivir.
Os
medicamentos anti-virais lopinavir e favipiravir chegaram a ser considerados
como drogas em potencial para tratar a Covid-19, mas um estudo divulgado na
noite de ontem mostrou que elas são ineficazes. Com isso, os esforços dos
cientistas de todo o mundo agora se voltam à hidroxicloroquina.
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