No total, são 409 localidades afetadas
Manchas de óleo
A causa do vazamento e a origem do poluente ainda são desconhecidas
AFP
Dois meses e uma semana após começarem a ser identificadas nas praias do
Nordeste brasileiro, as manchas de petróleo cru foram encontradas pela primeira
vez no Sudeste do País, na quinta-feira (7). Segundo a força-tarefa do governo
federal que acompanha a situação, "pequenos fragmentos de óleo" foram
achados na praia de Guriri, em São Mateus, que é o segundo município do
Espírito Santo após a fronteira com a Bahia. O primeiro é Conceição da Barra,
onde até ontem não havia registro do óleo.
Segundo nota do Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), composto pela
Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), as amostras da substância
foram encaminhadas para o Instituto de Estudos do Mar (IEAPM), que confirmou
ser o óleo encontrado no Nordeste.
Com o registro em São Mateus, subiu para dez o número de Estados
atingidos pelo poluente. No total, são 409 localidades afetadas. O Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicou, na semana passada, a
possibilidade o poluente chegar até o Estado do Rio.
A causa do vazamento e a origem do poluente ainda são desconhecidas. A
Polícia Federal apontou o navio grego Bouboulina como suspeito pelo
derramamento. Mas a empresa Delta Tankers, dona da embarcação, nega
envolvimento.
Um grupo com 75 fuzileiros navais da Marinha está em Conceição da Barra
e São Mateus monitorando as praias desde terça-feira (5). E o governo capixaba,
por meio da Secretaria da Saúde, criou o Comitê Operativo de Emergência (COE),
responsável por organizar as ações do Sistema Único de Saúde (SUS) no Espírito
Santo, dividindo responsabilidades entre Estado e municípios.
Saúde
Segundo Gilson Almada, coordenador do COE, uma das medidas é orientar a
população sobre os riscos à saúde de exposição aos resíduos. "Foi
elaborada uma nota técnica orientando os profissionais de saúde sobre como
atender as pessoas que tiverem contato com o óleo e também os cuidados de
proteção individual que devem ser adotados por esses profissionais." De
acordo com Almada, cerca de 400 profissionais foram capacitados pela Defesa
Civil, Marinha e Exército para o recolhimento do óleo nas praias caso necessário.
Assim, diz ele, não será preciso a ajuda voluntária da população, evitando
risco de intoxicação por inalação, contato com a pele ou ingestão.
Conforme o GAA, ontem havia vestígios de óleo e ações de limpeza em
andamento em nove localidades do Nordeste e no Espírito Santo. De acordo com o
Ibama, até hoje já foram retiradas das praias nordestinas aproximadamente 4,3
mil toneladas de resíduos de óleo. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo
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