O senador
insiste que não será uma regra permanente, mas, apenas ferramentas a serem
acionadas em casos extremos
O
relator da PEC Emergencial no Senado, Oriovisto Guimarães (Pode-PR), pretende
dar aval à proposta apresentada pelo governo sem mexer no escopo da medida. O
senador é favorável inclusive ao ponto mais polêmico do texto: a possibilidade
de reduzir a jornada e os salários de servidores em até 25%.
Com
ações para o ajuste para as contas públicas, a PEC Emergencial é considerada a
mais urgente das três propostas do pacote "Mais Brasil". Em
entrevista ao Estadão/Broadcast, Guimarães antecipou que vai finalizar o
relatório em 15 dias e apresentar uma versão preliminar para discussão.
Medidas
de contenção de gastos, que vêm sendo chamadas de gatilhos, devem ser acionadas
por dois anos, de acordo com a PEC quando as operações de crédito do governo
federal superarem as despesas de capital em um ano e, para os Estados, quando
as despesas excederem 95% da receita, também em um ano. "É como se você
desse uma arma para o governante, seja ele municipal, estadual ou federal. Quem
está precisando, vai ficar feliz de ter a arma", afirmou o senador.
"Se ele vai usar a arma ou não, é uma questão de autonomia dele",
completou.
Hoje,
doze Estados já poderiam a acessar a PEC Emergencial. Nesse caso de crise
fiscal, segundo Guimarães, os governos regionais seriam forçados a usar os
instrumentos da PEC. "Se não forçar, o bicho come eles", disse.
O
ajuste na conta dos servidores já enfrenta resistência no Senado. Além de
parlamentares, técnicos do Congresso fazem um alerta: o governo federal não
deve cumprir a chamada regra de ouro (que impede o endividamento acima dos
investimentos) e alguns Estados devem permanecer com insuficiência em orçamentária
pelos próximos anos. Isso significa que as medidas fiquem em vigor por mais
tempo.
O
senador insiste que não será uma regra permanente, mas, apenas ferramentas a
serem acionadas em casos extremos. "Estão se fixando muito nesse ponto.
Não há nenhum aperto previsto, há uma possibilidade. Ninguém está propondo isso
como fato inevitável. É uma possibilidade remota, eu diria, para algumas
cidades e alguns Estados, e não para a nação como um todo", completou.
O
governo tenta aprovar a PEC emergencial ainda neste ano, mas o cenário é
considerado improvável no Congresso. O relator avisa que ainda não identificou
um ponto da proposta para ser alterado. "Podem nomear outro relator. Eu
quero ser o mais fiel possível àquilo que recebi. Só quero mexer naquilo que eu
achar que é incoerente ou totalmente inviável. Mas, até agora, não vi nada que
parecesse absurdo", afirmou.
Ele
alertou, porém, que as confusões políticas do governo atrapalham a agenda, mas
defendeu não perder tempo com "bobagens ideológicas". "Eu espero
que a gente se debruce sobre os problemas reais do Brasil. Não precisamos criar
problemas que não existem", concluiu. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
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