Os Três Guardiões: Black Friday gera mais buscas na internet que Dia das Mães no CE

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quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Black Friday gera mais buscas na internet que Dia das Mães no CE

Segundo dados de pesquisas do Google, no Estado, foram mais de 25,7 mil buscas com o termo 'Black Friday' realizadas até 1º de novembro. Comércio estima crescimento de 10% nas vendas do varejo cearense com a data

Diário do Nordeste

Eletrônicos, cosméticos e perfumaria devem ser destaques em vendas, prevê presidente da Fecomércio-CE Foto: JL Rosa
Ainda relativamente recente no calendário do comércio brasileiro, com início em 2010 no Brasil, a Black Friday se consolidou e vai deixando para trás outras datas mais tradicionais. Segundo dados do Google, o termo 'Black Friday' já é o mais pesquisado entre as datas comemorativas no País e também no Ceará.

No Estado, a Black Friday já acumulou cerca de 25,7 mil buscas contra 22,2 mil do Dia das Mães, segundo colocado, até 1º de novembro. A proporção de buscas por mil habitantes no Ceará (2,82) é a terceira maior entre os estados do Nordeste, ficando atrás apenas de Pernambuco (2,85) e Rio Grande do Norte (3,1). As informações são do engenheiro Ricardo Cid, proprietário do portal Bons Investimentos. No Brasil, as buscas pela "sexta-feira negra" somam 1,8 milhão de pesquisas realizadas no site.

Arte Black Friday 2019
Projeções

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o varejo brasileiro deve faturar R$ 3,67 bilhões com a data, um crescimento real de 6,8% em relação ao ano passado. No Ceará, a perspectiva é que haja um avanço de 10% nas vendas, segundo o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola.

Fabio Bentes, economista da CNC, explica que o apelo em termos de preço foi a característica que fez o evento se consolidar tão rapidamente. "No início, apenas os segmentos de móveis, eletrodomésticos e livrarias aderiam. Com o passar dos anos, começaram a fazer promoções também farmácias e lojas de perfumaria e cosméticos, supermercados, lojas de informática, e vestuário", ressalta.

Bentes ressalta o tamanho do crescimento projetado para a Black Friday deste ano. "Nenhuma das demais datas comemorativas este ano conseguiram crescer acima de 5%. Para a Black Friday, estamos projetando 6,8% já descontando a inflação", aponta.

A data continua ganhando fôlego como nenhuma outra mesmo no período de crise. O economista da CNC lista três fatores que, aliados ao caráter apelativo dos preços na Black Friday, explicam o ritmo contínuo do avanço.
"Primeiro, nós temos a inflação mais baixa dos últimos 20 anos, o que ajuda o consumidor a preservar seu poder de compra. Segundo, temos as taxas de crédito que continuam caríssimas, mas os prazos ficaram mais amplos desde o ano passado, de forma que o consumidor consegue acomodar a prestação dentro do orçamento mais facilmente, ainda que fique mais tempo endividado. Por fim, nós temos a liberação do FGTS, que ajuda a empurrar o faturamento do varejo", explica Bentes.

E-commerce

Sobre as buscas relativas à Black Friday serem maiores entre as datas comemorativas, o economista afirma que isso demonstra mais uma vez a consolidação da data no calendário brasileiro, mas que não significa que ela já é mais importante que Natal ou Dia das Mães, por exemplo.

"A taxa de consolidação das buscas no Brasil ainda é muito pequena. Apenas uma a cada dez pesquisas são efetivadas em compras, aproximadamente. As pessoas utilizam muito a internet como ferramenta de pesquisa de preços", esclarece Fabio Bentes.

O presidente da Fecomércio-CE, Maurício Filizola, acrescenta que, pela facilidade de comparação de preços, o meio eletrônico tem crescido bastante, mas não exclui o canal físico. "Ainda tem uma parcela da população que não se sente familiarizada com essas tecnologias e as lojas físicas proporcionam uma experiência diferenciada. O atendimento é um fator que conta muito e que nunca será substituído", avalia.

Entre os segmentos que devem vender mais na Black Friday no Ceará, ele destaca o de eletroeletrônicos. Cosméticos e perfumaria. "Mas o crescimento e o desempenho dos setores vão depender de como as empresas irão fazer essa comunicação para o mercado e das promoções ofertadas. O consumidor está cada vez mais atento", ressalta.

Filizola ainda frisa que a liberação da primeira parcela do 13º salários dos trabalhadores em novembro contribui para impulsionar as vendas do varejo. "Por conta da proximidade do Natal e dos descontos que saltam aos olhos, as pessoas aproveitam esse dinheiro extra para antecipar a compra de presentes ou para comprar produtos de uso próprio".

Serviços

Além do comércio, o segmento de serviços também tem aderido à Black Friday após ver o sucesso da data. O presidente do Sindicato de Restaurantes, Bares, Barracas de Praia, Buffets e Similares do Estado do Ceará (Sindirest-CE), Dorivam Rocha, revela que empresas do setor sempre aderem, principalmente os estabelecimentos em shopping centers.

"Por terem uma maior movimentação e concentração de lojas, os shoppings saem à frente. Em relação às estratégias, deverão ser utilizadas várias de acordo com a especialidade de cada local. Mas teremos descontos agressivos de até 70%", destaca. Segundo estimativa do setor, o crescimento com a data girará em torno de 20% a 30%.


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