Diário
do Nordeste
Eletrônicos,
cosméticos e perfumaria devem ser destaques em vendas, prevê presidente da
Fecomércio-CE Foto:
JL Rosa
Ainda
relativamente recente no calendário do comércio brasileiro, com início em 2010
no Brasil, a Black Friday se consolidou e vai deixando para trás outras datas
mais tradicionais. Segundo dados do Google, o termo 'Black Friday' já é o mais
pesquisado entre as datas comemorativas no País e também no Ceará.
No
Estado, a Black Friday já acumulou cerca de 25,7 mil buscas contra 22,2 mil do
Dia das Mães, segundo colocado, até 1º de novembro. A proporção de buscas por
mil habitantes no Ceará (2,82) é a terceira maior entre os estados do Nordeste,
ficando atrás apenas de Pernambuco (2,85) e Rio Grande do Norte (3,1). As
informações são do engenheiro Ricardo Cid, proprietário do portal Bons Investimentos.
No Brasil, as buscas pela "sexta-feira negra" somam 1,8 milhão de
pesquisas realizadas no site.
Arte Black Friday 2019
Projeções
De
acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o varejo brasileiro deve
faturar R$ 3,67 bilhões com a data, um crescimento real de 6,8% em relação ao
ano passado. No Ceará, a perspectiva é que haja um avanço de 10% nas vendas,
segundo o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do
Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola.
Fabio
Bentes, economista da CNC, explica que o apelo em termos de preço foi a
característica que fez o evento se consolidar tão rapidamente. "No início,
apenas os segmentos de móveis, eletrodomésticos e livrarias aderiam. Com o
passar dos anos, começaram a fazer promoções também farmácias e lojas de
perfumaria e cosméticos, supermercados, lojas de informática, e
vestuário", ressalta.
Bentes
ressalta o tamanho do crescimento projetado para a Black Friday deste ano.
"Nenhuma das demais datas comemorativas este ano conseguiram crescer acima
de 5%. Para a Black Friday, estamos projetando 6,8% já descontando a
inflação", aponta.
A data
continua ganhando fôlego como nenhuma outra mesmo no período de crise. O
economista da CNC lista três fatores que, aliados ao caráter apelativo dos
preços na Black Friday, explicam o ritmo contínuo do avanço.
"Primeiro,
nós temos a inflação mais baixa dos últimos 20 anos, o que ajuda o consumidor a
preservar seu poder de compra. Segundo, temos as taxas de crédito que continuam
caríssimas, mas os prazos ficaram mais amplos desde o ano passado, de forma que
o consumidor consegue acomodar a prestação dentro do orçamento mais facilmente,
ainda que fique mais tempo endividado. Por fim, nós temos a liberação do FGTS,
que ajuda a empurrar o faturamento do varejo", explica Bentes.
E-commerce
Sobre
as buscas relativas à Black Friday serem maiores entre as datas comemorativas,
o economista afirma que isso demonstra mais uma vez a consolidação da data no
calendário brasileiro, mas que não significa que ela já é mais importante que
Natal ou Dia das Mães, por exemplo.
"A
taxa de consolidação das buscas no Brasil ainda é muito pequena. Apenas uma a
cada dez pesquisas são efetivadas em compras, aproximadamente. As pessoas
utilizam muito a internet como ferramenta de pesquisa de preços",
esclarece Fabio Bentes.
O
presidente da Fecomércio-CE, Maurício Filizola, acrescenta que, pela facilidade
de comparação de preços, o meio eletrônico tem crescido bastante, mas não
exclui o canal físico. "Ainda tem uma parcela da população que não se
sente familiarizada com essas tecnologias e as lojas físicas proporcionam uma
experiência diferenciada. O atendimento é um fator que conta muito e que nunca
será substituído", avalia.
Entre
os segmentos que devem vender mais na Black Friday no Ceará, ele destaca o de
eletroeletrônicos. Cosméticos e perfumaria. "Mas o crescimento e o
desempenho dos setores vão depender de como as empresas irão fazer essa
comunicação para o mercado e das promoções ofertadas. O consumidor está cada
vez mais atento", ressalta.
Filizola
ainda frisa que a liberação da primeira parcela do 13º salários dos
trabalhadores em novembro contribui para impulsionar as vendas do varejo.
"Por conta da proximidade do Natal e dos descontos que saltam aos olhos,
as pessoas aproveitam esse dinheiro extra para antecipar a compra de presentes
ou para comprar produtos de uso próprio".
Serviços
Além
do comércio, o segmento de serviços também tem aderido à Black Friday após ver
o sucesso da data. O presidente do Sindicato de Restaurantes, Bares, Barracas
de Praia, Buffets e Similares do Estado do Ceará (Sindirest-CE), Dorivam Rocha,
revela que empresas do setor sempre aderem, principalmente os estabelecimentos
em shopping centers.
"Por
terem uma maior movimentação e concentração de lojas, os shoppings saem à
frente. Em relação às estratégias, deverão ser utilizadas várias de acordo com
a especialidade de cada local. Mas teremos descontos agressivos de até
70%", destaca. Segundo estimativa do setor, o crescimento com a data
girará em torno de 20% a 30%.
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