Por Arthur Calado
Francisca Celsa dos Santos, moradora do bairro da Messejana, comemorou 115 anos
em outubro — Foto: Arquivo Pessoal
O dia 22 de outubro de 2019 marcou mais um aniversário da dona Francisca Celsa
dos Santos, moradora do bairro da Messejana, em Fortaleza. Foi a 115ª vez que a
idosa celebrou o nascimento, uma a mais que a também cearense Noeme da
Silveira, a quem os parentes reivindicam o título de 'mulher mais velha do
Brasil'.
A
cearense pode ser considerada uma das pessoas vivas mais velhas do mundo. Atualmente,
o título é da japonesa Kane Tanaka, com 116 anos e 320 dias, segundo a
Gerontology Research Group (GRG), entidade indicada pelo Livro Guinnes de
Recordes para validação de idades.
A cearense Francisca Celsa, natural de Cascavel, tem sua rotina regrada em repouso contínuo e alimentação à base de suplementos alimentares. Doméstica até a aposentadoria, a idosa é cuidada diariamente por uma de suas três filhas, Nazete Monteiro, de 73 anos, que seguiu a mesma profissão da mãe.
Documento
de identidade comprova nascimento de Francisca Celsa dos Santos em 22 de
outubro de 1904 — Foto: Arquivo Pessoal
"Ela não dá trabalho, fica só deitadinha, vira de um lado para o outro. A
gente só tem que dar banho e alimentar. É como uma criança" afirma a
filha. Além de Nazete, a idosa teve mais cinco filhos. Atualmente, porém,
apenas três ainda estão vivos.
Apesar da idade avançada, dona Francisca não possui doenças graves. O acompanhamento clínico da idosa é feito pelo neto, Luzinei Monteiro, que é médico. Ela não toma remédios controlados e raramente fica doente, conforme garante a filha. Desde 2012, ela não consegue mais andar, mas a limitação veio por conta da idade avançada, não por enfermidade.
Momento delicado
Nem
sempre, porém, a vida de dona Francisca foi tão tranquila no quesito saúde. Aos
85 anos de idade, ela foi diagnosticada com um tumor maligno. Nazete conta que
os médicos chegaram a perder as esperanças pela vida de sua mãe, mas a família
usou a fé católica de dona Francisca para não desistir.
"Como
ela já estava desenganada, nos recusamos a interná-la e levamos para casa. Uma
noite, eu acordei e ela estava procurando o terço para rezar. Depois disso eu
rezei junto, mesmo sem ser muito religiosa na época. Tratamos a doença com
alguns remédios caseiros e não voltamos mais aos médicos, e ela está viva até
hoje", relata a filha sobre o processo de cura da mãe.
Hoje,
30 anos depois, dona Francisca goza da tranquilidade de passar o dia repousando
e se alimentando à base de leite e suplementos alimentares, enquanto é
assistida de perto pelas filhas, frutos de um casamento que terminou em 1978,
quando ela ficou viúva.
No
último dia 22 de outubro, ao completar 115 anos, a idosa chegou, inclusive, a
cantar parabéns para ela mesma junto com os convidados, em um dos sinais de lucidez que
ela consegue passar para a sua família.
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