Foto-MPCE
O
Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) deflagrou, na manhã desta
terça-feira (19/11), a segunda fase da Operação Rachadinha, em Crateús, que
investiga a prática de crimes de concussão, corrupção passiva, inserção de
dados falsos em sistema de informação da Administração Pública e associação
criminosa. A pedido do MPCE, a 3ª Vara de Crateús decretou a prisão preventiva
dos servidores da Secretaria Municipal de Educação de Crateús Antônia Monalisa
Pinheiro Paz Chaves, Ana Cláudia Teles da Ponte e Luan Junho Araújo Feitosa.
Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na Secretaria de Educação
de Crateús e nas residências dos servidores Antônia Monalisa e Luan Junho, bem
como no domicílio de Maria Aparecida dos Santos Chaves e Ernandes Alves Pedro,
diretores de escolas municipais.
A
investigação do MPCE apurou que Antônia Monalisa e Ana Cláudia, atuando na
chefia dos Recursos Humanos da Secretaria, estavam envolvidas em esquema
criminoso em que professores temporários contratados pelo Município eram
obrigados a repassar parte dos salários ou então teriam os contratos
rescindidos pela Prefeitura. As duas se utilizavam da condição de influência e
autoridade perante a Secretaria para conduzir o esquema. Já Luan Junho era
responsável por alterar as folhas de frequência no sistema informatizado da
Prefeitura, modificando carga horária, aumentando horas-aula, com a finalidade
de gerar créditos aos contratados, que posteriormente deveriam repassar esses
valores aos investigados.
Além
disso, a 4ª Promotoria de Crateús constatou que Ernandes Alves, diretor da
Escola de Cidadania do Distrito de Ibiapaba, e Maria Aparecida, diretora de
Escola de Cidadania José Martins de Lima, na localidade de Patos, se envolveram
na fraude criminosa. Eles passaram a receber vantagens ilícitas de Cláudia e
Monalisa para permitirem que, nos respectivos estabelecimentos de ensino,
fossem lotadas pessoas que receberiam por horas trabalhadas acima do que
efetivamente cumpriam, sendo que os valores pagos indevidamente seriam repassados
a Cláudia e Monalisa. Além disso, eles também enviavam folhas de frequência
adulteradas, constando horas de trabalho em excesso, gerando vantagens
indevidas que eram repartidas entre todos.
A
Justiça autorizou, ainda, a quebra de sigilo dos aparelhos celulares porventura
apreendidos, o afastamento e suspensão do exercício da função pública dos cinco
investigados e o bloqueio de bens e valores na quantia de R$ 225.852,00,
prejuízo causado ao erário pelo grupo nos anos de 2018 e 2019.
A
investigação foi efetuada pelo titular da 4ª Promotoria de Crateús, promotor de
Justiça Lázaro Trindade de Santana, em decorrência de mandados de busca e
apreensão já cumpridos em 3 de outubro tendo como alvo Ana Cláudia Teles da
Ponte e o vereador Deusimar Ponte, casado com ela e investigado pelo MPCE. Na
época, os mandados foram cumpridos na Câmara Municipal de Crateús, na sede da
Secretaria Municipal de Educação e no domicílio do vereador e da esposa.
A
Operação contou com o apoio dos promotores de Justiça Francisco Ivan de Sousa,
José Haroldo dos Santos Silva Júnior, dos delegados Allan Robson de Melo
Macedo, Rodrigo Ribeiro de Vasconcelos e Luis Artur de Sousa, do 1º Tenente da
Polícia Militar Kadson Wilame Lobo da Costa e do Sargento do Batalhão de
Policiamento de Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas (BPRAIO), José Afonso
Freire Melo.
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