G1
Ciclistas que trabalham com entrega de alimentos passam pela Piazza
Duomo em Milão, na Itália, que estava deserta na terça-feira (31) — Foto: Piero
Cruciatti / AFP
Os Estados Unidos superaram a marca de 4 mil mortes provocadas pelo novo
coronavírus nesta quarta-feira (1º), número que dobrou em apenas três dias, de
acordo com o balanço da Universidade Johns Hopkins. O país registra 203.608
casos de Covid-19. Depois de minimizar em um primeiro momento o impacto da
doença, o presidente Donald Trump advertiu aos americanos que as próximas duas
semanas "serão muito dolorosas".
Com um hospital de campanha funcionando no Central Park, a cidade de
Nova York ultrapassou mil mortes. A doença está tendo um efeito mais devastador
em certos bairros da cidade, como Brooklyn e Queens, de acordo com o
departamento de saúde.
– Eu não acho que vamos voltar ao normal. Acho que voltaremos ou
chegaremos a um novo normal. Nosso desafio é garantir que a transformação e a
mudança sejam positivas, e não negativas – afirmou Andrew Cuomo, governador de
Nova York, nesta quarta.
A pandemia provocada pelo novo coronavírus matou mais de 30 mil pessoas
na Europa, continente mais afetado pela Covid-19 até o momento, segundo balanço
da agência de notícias France Presse. Mais de dois terços dessas mortes
aconteceram na Itália (mais de 13 mil mortos) e na Espanha (mais de 9 mil). O
terceiro país mais afetado é França (mais de 3 mil).
O departamento de saúde do Reino Unido atualizou nesta manhã o número de
casos na região: são 29.474 pessoas contaminadas das 152.979 que foram
submetidas ao teste para detectar a presença do novo coronavírus. Dos
hospitalizados com Covid-19, 2.352 morreram. Destas mortes, 563 aconteceram nas
últimas 24 horas.
Nas últimas 24 horas, a Espanha registrou 864 mortes por Covid-19. Esse
é o segundo dia seguido que o país tem um recorde no número de mortos.
Desde o início da epidemia, que começou em dezembro na cidade chinesa de
Wuhan, mais de 911 mil casos de contágio foram registrados em 186 países ou
territórios em todo o mundo, com mais de 45 mil mortes. O número de casos
positivos diagnosticados, no entanto, reflete apenas uma parte do número total
de infecções devido às diferentes metodologias dos países para diagnosticar os
casos.
As últimas notícias desta quarta-feira:
China divulga número de casos assintomáticos;
França tira 36 pacientes de Paris para aliviar hospitais da capital;
Brasil registra 240 mortes e 6.836 casos confirmados;
Presidente da Argentina proíbe demissões sem justa causa por 60 dias;
Itália estende bloqueio total no país até o dia 13 de abril;
Número de mortos chega aos 13 mil em solo italiano;
Alemanha também fala em manter isolamento até depois da Páscoa;
Edimburgo, na Escócia, cancela seu tradicional festival de teatro;
Irã passa de 3 mil mortos por Covid-19 em seu território;
Fabricantes de carros anunciam ajuda ao Brasil;
Japão veta a entrada de 73 países, incluindo o Brasil;
Wimbledon anuncia cancelamento da edição 2020.
Na Itália
O bloqueio total da Itália deve continuar ao menos até o dia 13 de
abril, de acordo com o ministro da saúde Roberto Speranza. Ao Senado, o
ministro afirmou que não se pode confundir os primeiros sinais positivos com
"tudo limpo" no país, o mais afetado pela Covid-19 na Europa. O
chamado "lockdown" está em vigor na região desde o dia 9 de março.
Foram registradas 727 novas mortes na Itália nas últimas 24 horas,
elevando o total para 13.155. O número diário é o mais baixo desde o último dia
26. A contaminação voltou a subir. Foram registradas 4.782 casos no último dia,
mais do que os 4.053 do dia anterior. São 110.574 contaminados. Os números
colocam a Itália como responsável por 30% das mortes relacionadas à Covid-19 no
mundo.
Casos assintomáticos
Pessoas com máscaras passam pela entrada de estação de metrô em Pequim,
na China, nesta quarta-feira (1º) — Foto: Mark Schiefelbein/AP
A China anunciou pela primeira vez que o número de casos assintomáticos
da Covid-19: atualmente 1.367 pessoas estão com a doença mas não têm febre ou
tosse características. O país se empenha em identificar esses casos, porque
eles são transmissores do novo coronavírus. Mais de 80 mil pessoas foram
atingidas pelo vírus e mais de 3,3 mil pessoas morreram.
China tenta identificar casos assintomáticos da Covid-19
Na França
Com os hospitais de Paris operando em sua capacidade máxima, dois trens
de alta velocidade vão transferir 36 pacientes da capital para o Oeste da
França. Os trens estão com equipamentos médicos e farão a transferência para
tentar aliviar os hospitais da cidade, de acordo com o Ministério da Saúde.
O primeiro trem, com 24 pacientes, já saiu de Austerlitz, em Paris, e
foi para Saint-Brieuc e Brest, na Bretanha, região menos afetada pela pandemia.
O segundo, com os outros 12, deve ir em direção a Rennes. São mais de 52 mil
contaminados em território francês.
Pacientes são transportados de Paris para regiões menos afetadas na
França — Foto: Thomas Samson/AP Photo
Na Argentina
Presidente da Argentina, Alberto Fernández assinou um "Decreto de
Necessidade e Urgência (DNU)" que proíbe demissões sem justa causa e por
motivos de falta ou diminuição de trabalho e força maior por 60 dias. Não serão
reconhecidas o fim dos vínculos laborais existentes.
O governo argentino também ordenou a transferências de 30 milhões de
pesos para o Fundo Argentino de Garantia a fim de conceder garantias aos bancos
para facilitar o acesso a empréstimos de capital de giro por micro, pequenas e
médias empresas devidamente registradas. O valor pode cobrir até 100% de um
empréstimo.
Argentina proíbe demissões durante 60 dias
Pelo mundo
O príncipe Charles do Reino Unido, que se recuperou depois de ser
diagnosticado com coronavírus, elogiou a devoção abnegada dos agentes de saúde
e disse que a nação passa por um momento estranho e angustiante. Aos 71 anos, é
herdeiro do trono, saiu do auto-isolamento na segunda.
O All England Lawn Tennis and Croquet Club, local onde é realizado o
torneio de Wimbledon, em Londres, anunciou que o Grand Slam não será disputado
na temporada de tênis em 2020. A decisão foi tomada por conta da pandemia pelo
novo coronavírus, uma vez que, na opinião dos organizadores, não haverá tempo
hábil para preparar e realizar a competição, prevista para iniciar em 29 de
junho.
Na tentativa de conter o avanço do coronavírus em seu território, o
Japão anunciou o veto na entrada de estrangeiros de 73 países, incluindo o
Brasil. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Shinzo Abe, que destacou o
fato do país ainda não ter declarado estado de emergência. O pedido é para que
os cidadãos japonês retornem e cumpram uma quarentena de duas semanas. Além do
Brasil, estão na lista a maioria dos países europeus, os Estados Unidos e todas
as partes da China e Coreia do Sul.
Depois de ter contato com o médico responsável pelo principal hospital
de Moscou, na Rússia, o presidente Vladimir Putin vai trabalhar de sua
residência, de acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. O médico foi
diagnosticado com Covid-19 uma semana depois de se encontrar com Putin.
O governo federal da Alemanha, em conjunto com os 16 estados do país,
vai prorrogar as medidas de isolamento social ao menos até depois do feriado de
Páscoa para evitar ainda mais a disseminação do vírus no país, de acordo com a
Focus Online. O isolamento deve ser mantido até 19 de abril.
Sede do parlamento escocês e segunda cidade mais populosa da Escócia,
Edimburgo não irá realizar seu tradicional festival de teatro pela primeira vez
em mais de 70 anos em razão da Covid-19. O festival, o maior de artes cênicas
no mundo, costuma reunir no mês de agosto 25 mil artistas e 4,5 milhões de
espectadores. O anúncio foi feito no site oficial do evento.
O Irã superou os 3 mil mortos pela doença, depois de registrar mais 138
mortes nas últimas 24 horas, de acordo com autoridades sanitárias do país.
Segundo levantamento da universidade Johns Hopkings, são mais de 44 mil
contaminados na região.
No Brasil
O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira o mais recente balanço
nacional sobre os casos de Covid-19 no Brasil. São 240 mortes e 6.836 casos
confirmados em todo o país. A taxa de letalidade é de 3,5%.
O estado de São Paulo registrou novo recorde de mortos nas últimas 24
horas. Foram 28 óbitos, um aumento de 21% desde a última terça-feira. São Paulo
chega a 164 mortes, liderando o ranking de estados do Brasil.
O estado possui ainda 2.981 casos confirmados. O novo número de casos
representa um aumento de 27% em relação aos 2.339 casos anunciados na segunda
(31).
Seis fabricantes de veículos já anunciaram ações de combate ao
coronavírus. Com todas as fábricas paradas no país, as marcas vão concentrar
seus esforços em inciativas como a produção de máscaras e o reparo de
respiradores quebrados.
Governador de São Paulo, João Doria anunciou que no estado a General
Motors fará o reparo, a Toyota vai doar ambulâncias e álcool em gel e a
Volkswagen e Hyundai vão doar máscaras.
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